O Hospital Manoel Gonçalves de Sousa Moreira, em Itaúna, Região Centro-Oeste de Minas, registrou quatro mortes por COVID-19, em 48 horas. Dois pacientes eram moradores da cidade e os demais de Itatiaiuçu, a cerca de 25km. Entre as vítimas, está um técnico de enfermagem, de 22 anos, que trabalhava na unidade e era morador da cidade vizinha, e a mãe dele, de 44.
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COVID-19: Minas chega a 1.230 mortes e acumula quase 60 mil casosItaúna: Justiça determina releitura do parecer da CPI da Rachadinha que pode cassar mandato de vereadorCom mais de 70% de ocupação no Hospital de Campanha, Ibirité fecha comércio não essencialRecorde: 91% dos leitos de UTI para COVID-19 em BH estão ocupados UFMG vai testar vacina contra COVID-19 este mês e busca voluntáriosO rapaz foi hospitalizado em 27 de junho. Ele já havia contraído a doença em abril e foi vítima de reinfecção. Inicialmente, não há diagnóstico de outra comorbidade. Já a mãe dele, foi internada na quinta-feira (2), e é portadora de doença autoimune.
Entre as vítimas, estão dois idosos moradores de Itaúna. Os pacientes, de 68 e 78 anos, morreram no sábado (4). Ambos possuíam outras comorbidades. No mesmo dia, faleceu a moradora de Itatiaiuçu e no dia seguinte o filho dela. “Morreram com toda a assistência necessária e com garantia de dignidade humana como deve ser”, afirmou a direção da unidade na nota.
Todos os pacientes estavam internados no Centro de Terapia Intensiva (CTI). Segundo o hospital, eles receberam tratamento com suporte ventilatório e com medicamentos seguindo as orientações científicas atuais. "Não faltou nada no atendimento desses pacientes”, declarou a direção. A unidade afirma que eles morreram “em razão exclusiva da infecção por COVID-19”.
Destacando o índice de mortalidade que pode chegar a 5% da doença, a direção lamentou: “Não são números. São pessoas que deixaram famílias e uma biografia”. A nota destacou também a ausência do contato com familiares devido ao protocolo de atendimento. “São pacientes que nos foram entregues por suas famílias e nunca mais foram vistos pelos seus. Partiram sem se despedir. Não haverá velório. Tristes tempos esses em que não podemos chorar nossos mortos”.
Terceira morte de Itatiaiuçu
Com as novas duas mortes, Itatiaiuçu, de 11,1 mil habitantes, contabiliza três. A primeira foi de um homem, de 52 anos, morador do assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Ele também faleceu em Itaúna.
O boletim mais recente divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), aponta 122 casos confirmados para a doença. Entre eles, está o pai e a tia do técnico de enfermagem. Eles moram na mesma casa e estão em isolamento domiciliar.
A coordenadora da atenção primária e epidemiológica do município, Glaucia Sousa vilela atribui o número de confirmações à testagem. “Na rede pública estamos seguindo o protocolo do Ministério Público e realizando o teste nos sintomáticos, mas não só dos grupos prioritários, mas em qualquer um que apresenta o sintoma. As empresas de mineração também estão fazendo a testagem, inclusive naqueles funcionários que não tem sintomas, então estamos identificando muitas pessoas assintomáticas com a doença”, explica.
Para o enfrentamento, a prefeitura tem apostado na conscientização, por exemplo, a partir de barreiras sanitárias. “Muita orientação para a população, porque sabemos que o método mais eficaz é o isolamento”, destaca.
Polo da microrregião
Itaúna é polo da microrregião. Ela recebe, habitualmente, pacientes de Itaguara, Piracema e Itatiaiuçu. Entretanto, devido à pandemia, pessoas de outras localidades estão sendo enviadas para tratamento do novo coronavírus na cidade.
O município conta com 10 leitos exclusivos para COVID-19, sendo oito para o Sistema Único de Saúde (SUS) e dois para a saúde suplementar. Deles, quatro estão ocupados. Outros cinco pacientes estão em observação e novo internados na enfermaria.
Desde o início da pandemia, Itaúna registrou 115 casos confirmados da doença e os dois óbitos do final de semana.
(Amanda Quintiliano especial para o EM)