Depois que um vídeo com dois pacientes do Hospital Júlia Kubitschek, localizado no Bairro Milionários, na Região do Barreiro, viralizou nas redes sociais, o vereador Pedro Bueno (Cidadania) fez um requerimento à Comissão de Saúde e Saneamento da Câmara Municipal de Belo Horizonte para que solicite ao presidente da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) informações sobre as denúncias feitas.
As imagens mostram ambos relatando que não havia água potável nos bebedouros de um corredor dentro de uma ala. A Fhemig nega as denúncias feitas.
Pacientes com COVID-19 denunciam más condições em ala reservada no Hospital Júlia Kubitschek, em Belo Horizonte pic.twitter.com/OtqSrNFCju
%u2014 Estado de Minas (@em_com) July 6, 2020
No requerimento, o vereador pede explicações ao presidente da Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig), Fábio Bacchretti Vitor, sobre a falta de água potável para acesso aos enfermos; inexistência de máscaras para os atendidos; necessidade de manutenção das portas dos quartos; e demora na medicação devido à escassez de recursos básicos para o trabalho da enfermagem.
No vídeo, o paciente Daniel Pereira do Vale, de 41 anos, relata que o atendimento do hospital da rede SUS é precário. Em contato com a reportagem do Estado de Minas, ele alegou ter contraído COVID-19, mas havia recebido alta nesta segunda-feira.
Ele questionou o tratamento dado aos enfermos: "A estrutura não favorece o tratamento dos pacientes que estão internados. Não há administração, não temos horário certo para tomar os remédios. Faltou água na ala de internados das 17h de domingo até 12h de segunda. A enfermeira nos deu soro no lugar, pois não havia água potável nos bebedouros. Além disso, a estrutura está toda caindo. Se fosse para dar uma nota para o serviço, seria zero".
O paciente alegou também que falta água e equipamento de proteção individual para as enfermerias. Depois de ficar em tratamento de coronavírus, ele foi para sua casa nesta segunda-feira. "Fiquei oito dias internado. Mas o médico me liberou a ir para casa. Eu não tinha mais chance de contaminar alguém, mas ele me explicou que eu poderia me infectar novamente".
Outro paciente que aparece nas imagens é o professor Décio de Brito Chagas, de 61, que confirmou as denúncias feitas por Daniel. "Na verdade, fizemos o vídeo para tentar conseguir algumas doações. Conseguimos doação de garrafas de água mineral. Mas ninguém do hospital nos procurou para dar satisfação sobre a falta de água. Fui tentar tomar um remédio sem água e quase vomitei", relata.
O professor critica o sistema de saúde público: "Estou aqui internado e até agora não fui medicado. Infelizmente, somos reféns de um serviço ruim. A culpa é toda do sistema de saúde falido".
Posição da Fhemig
O Estado de Minas entrou em contato com a assessoria da Fhemig e a fundação alega que as denúncias mostradas pelos pacientes são inverídicas: "Não procede a falta de água para os pacientes, que estão recebendo água mineral conforme suas necessidades. Os bebedouros da unidade foram desativados por medida de segurança, pelo risco de contaminação", informou a assessoria, que também se pronunciou sobre a possível falta de profissionais de saúde no hospital Júlia Kubitschek: "As enfermarias clínicas estão com as equipes completas e sem nenhuma notificação de falta de qualquer item necessário a assistência ou ao suporte do paciente".
O que é o coronavírus
Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
Vídeo: Por que você não deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp
Como a COVID-19 é transmitida?
A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.Vídeo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronavírus?
Como se prevenir?
A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.Vídeo: Flexibilização do isolamento não é 'liberou geral'; saiba por quê
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam:
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Vídeo explica por que você deve 'aprender a tossir'
Mitos e verdades sobre o vírus
Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.Coronavírus e atividades ao ar livre: vídeo mostra o que diz a ciência
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