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Estado de Minas Na Justiça

Familiares de idoso morto conseguem liminar para tentar fazer velório

Laudo da morte do homem, de 81 anos, apontava suspeita de COVID-19; impedida de ter contato com o corpo, família obtém na Justiça direito a novos exames


09/07/2020 16:47 - atualizado 09/07/2020 17:25

Idoso deu entrada na UPA Oeste na terça-feira pela manhã, mas não resistiu e faleceu na manhã do dia seguinte(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Idoso deu entrada na UPA Oeste na terça-feira pela manhã, mas não resistiu e faleceu na manhã do dia seguinte (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
A família do aposentado Osmar Rodrigues, de 81 anos, obteve liminar na Justiça para obter exames mais específicos para comprovar que ele não morreu por causa de infecção pelo novo coronavírus. O aposentado teve óbito confirmado na manhã dessa quarta-feira (8), depois de ficar internado na UPA Oeste. O laudo médico aponta que ele teve pneumonia, problemas renais e suspeita de COVID-19, com insuficiência respiratória. Por causa do quadro, parentes não foram liberados para reconhecer o corpo e foram impedidos de programar velório e sepultamento.
 
Com a liminar, no entanto, a UPA Oeste se comprometeu a realizar novos exames, através da Fundação Ezequiel Dias (Funed), na tentativa de descartar a doença contagiosa. A família tenta programar o enterro do aposentado para esta sexta-feira pela manhã e realizar velório simples.

Uma das filhas de Osmar, Margareth Aparecida Rodrigues, de 56, afirmou que ele testou negativo para COVID-19 em 26 de junho, mas apresentava quadro de derrame pleural (acúmulo de líquido entre os tecidos que revestem os pulmões e o tórax). Por esse motivo, o aposentado sofria de muitas dores e precisou ser hospitalizado na terça-feira.

"Ele fez hemodiálise na segunda-feira, mas se queixou novamente de dor abdominal. Chamamos o Samu e ele foi encaminhado para a UPA Oeste. Lá, precisou tomar Buscopan e morfina. Na terça, porém, fomos comunicados que ele faleceu. E não tivemos autorização para vê-lo de novo. Disseram que não poderíamos ter contato com ele", afirma Margareth. 

Além da dor da perda de Osmar, os familiares se revoltaram com a atitude do hospital, que não teria cedido informações sobre o estado de saúde do idoso. "Quando meu pai foi para o CTI, meu irmão não teve acesso. Queríamos conversar com um médico, mas não nos deixaram. Acho que eles tinham obrigação de passar a informação. E nossa indignação também é pela falta de chance de reconhecimento do corpo, que era um direito nosso", afirma Margareth.

Morte por suspeita de coronavírus


Em casos de morte por COVID-19, a orientação das autoridades de saúde é para que o velório não seja feito – o corpo deve ir diretamente para o cemitério. A família fez Boletim de Ocorrência na Polícia Militar relatando o fato e entrou na Justiça. Os resultado do exame deve sair ainda nesta quinta-feira. 

Em contato com o Estado de Minas, a Secretaria Municipal de Saúde alegou que há um protocolo para casos suspeitos de coronavírus: "Nos casos de óbitos com suspeita de COVID-19, a orientação do Ministério da Saúde é que, nesses casos, seja colocada essa suspeita na declaração de óbito, inclusive para que todos os cuidados de precaução para evitar contaminações sejam adotados no velório".  


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