A decisão de Alexandre Kalil (PSD) de não promover a nova fase de reabertura comercial desagradou a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), nesta quinta-feira (9). O prefeito optou por manter apenas os serviços essenciais abertos devido ao avanço da COVID-19 e pelas crescentes taxas de ocupação de leitos clínicos. No entanto, a CDL considera a postura da prefeitura autoritária e alega que ela tem provocado estragos irreparáveis no setor comercial.
A administração municipal considerou três indicadores para manter o restante do comércio fechado: número médio de transmissão por infectado (rt), taxas de ocupação de UTIs e leitos clínicos. A CDL sustenta que a prefeitura não abriu os leitos que foram prometidos. “Tenho cobrado isso há muito tempo”, afirmou o presidente entidade, Marcelo de Souza e Silva.
A Câmara de Dirigentes Lojistas afirma que reportagens divulgadas pela mídia mostram que os índices de isolamento social não aumentaram na capital após a prefeitura impedir o funcionamento do comércio. A entidade também divulgou, em nota, que o setor foi um dos primeiros a colaborar para que a prefeitura pudesse preparar o sistema de saúde para enfrentar o pico da pandemia.
Com alguns segmentos do comércio fechados há quatro meses, a CDL teme que muitos comerciantes encerrem definitivamente os negócios. “Muitos já fecharam e milhares de pessoas já estão sem emprego e renda, afetando o sustento das famílias. Nesta sexta-feira, dia 10, poderíamos estar dando boas notícias para o comércio. Mas a falta de ação e de diálogo da prefeitura não deixam”, disse Marcelo de Souza.
De acordo com boletim epidemiológico publicado nesta quinta-feira (9) pela administração municipal, 92% das UTIs e 76% dos leitos clínicos específicos para pacientes com COVID-19 estão ocupados. A taxa de transmissão, por sua vez, só será divulgada nesta sexta-feira.
* Estagiária sob supervisão da editora Liliane Corrêa