A 23ª Vara Cível de Belo Horizonte deferiu a quebra do sigilo bancário da Backer e das demais empresas que compõem o grupo econômico - a Cervejaria Três Lobos, a Khalil Empreendimentos, a Cozinha de Fogo, a Paixão pela Itália e a HM Alimentos.
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Caso Backer: na véspera de se aposentar, desembargador reduz bloqueio de bens em 90%MP vai à Justiça para quebrar sigilo bancário de sócios da BackerCaso Backer: depois de quase 6 meses no hospital, vítima diz que nunca foi procurada pela cervejariaCaso Backer: morre a 10ª vítima por intoxicação após consumo da cervejaCaso Backer: morre mais uma vítima de intoxicação por cerveja Polícia encontra caixas de cerveja contaminada da Backer em lote vago em BHComércio de vestuário de BH apresenta sugestão de protocolo para reaberturaTempo seco dá trégua no final de semana em BH e na maior parte de MinasEm sua deliberação, o juiz cita documentos apresentados nos autos que indicariam a alienação (transferência) de pelo menos dois imóveis pela Empreendimentos Khalil Ltda, operação que ele classifica como "suspeita" e "em desacordo com a boa-fé", uma vez que "já tinha ciência o vendedor de que tramitava processo judicial ou ação iminente capaz de atingir o seu patrimônio".
Procurada pela reportagem, a Backer informou que não vai se manifestar, "por se tratar de uma decisão judicial".
Na terça-feira (7), o poder judiciário havia negado a solicitação do MPMG, alegando que a medida não é cabível na área criminal, uma vez que a esfera cível oferece instrumentos que atendem a demanda em questão.
Procurada pela reportagem, a Backer informou que não vai se manifestar, "por se tratar de uma decisão judicial".
Na terça-feira (7), o poder judiciário havia negado a solicitação do MPMG, alegando que a medida não é cabível na área criminal, uma vez que a esfera cível oferece instrumentos que atendem a demanda em questão.
Bens bloqueados
Em 3 de julho, a Backer, que tinha R$ 50 milhões em bens bloqueados pela justiça, obteve redução de 90% na obstrução, que passou para R$ 5 milhões. O pedido, protocolado pela cervejaria, foi acatado pelo desembargador Luciano Pinto, um dia antes de se aposentar.
O bloqueio de bens é um dos argumentos da empresa para justificar o fato de não arcar com as despesas de saúde das vítimas. Elas acionaram a Justiça para confiscar recursos das contas correntes da Backer, mas as buscas encontraram apenas R$ 12,2 mil.
Inquérito
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou que concluiu o inquérito do caso de contaminação pelas cervejas da Backer em 8 de junho, após cinco meses de investigação. A apuração, conduzida pela 4ª Delegacia de Polícia Civil Barreiro, comprovou a contaminação de lotes de cervejas da fábrica por mono e dietilenoglicol.
Onze funcionários da empresa foram indiciados pela PCMG pelos crimes de homicídio, lesão corporal, contaminação de produto alimentício, entre outros.
A intoxicação desencadeou a chamada síndrome nefroneural em pelo menos 29 pessoas que consumiram a bebida (inicialmente, 42 foram indicadas no inquérito). Sete morreram e 22 estão vivas. Os sobreviventes lutam para superar sequelas graves, como cegueira, paralisação facial e perda da função renal.