A Delegacia Especializada Antisequestro de Belo Horizonte, com o apoio da Polícia Civil de Luz, Região Central de Minas, prendeu um homem, de 28 anos, por extorsão mediante sequestro, na modalidade “sapatinho". Ele teria se aliado ao sogro, vigilante de uma agência bancária, para roubar o banco, e feito a sogra e o cunhado, de sete anos, de reféns.
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O sogro do homem trabalhava como vigilante da instituição financeira, em Esteios, distrito de Luz. Na primeira versão dada aos policiais, ele relatou ter sido rendido na porta de casa por dois criminosos, na madrugada de 29 de junho.
A dupla teria, então, orientado que ele mantivesse a rotina e fosse à agência pela manhã. Enquanto isso, a mulher e o filho dele eram, supostamente, mantidos reféns.
“Ele seguiu a rotina, chegou à agência, facilitou a entrada de um terceiro criminoso, ainda não identificado. Esse terceiro tinha vídeos da esposa e do filho, de sete anos, em um canavial sendo ameaçados com arma de fogo”, conta o delegado Vinícius Machado.
O comparsa ainda afirmava que se o vigilante não colaborasse para abertura do cofre, a família dele seria morta. Entretanto, os criminosos não obtiveram sucesso ao tentar abrir o cofre, pois um dispositivo foi acionado, travando a porta. O assaltante, então, desistiu e fugiu levando a arma do vigilante.
Quando os policiais chegaram ao local, estavam três funcionárias da agência, além do vigilante.
Nervosismo chamou a atenção da polícia
“Notamos, em entrevista com as vítimas, um desconforto muito grande por parte do vigilante. Ele estava incomodado, muito nervoso, ansioso, o que não é normal”, relata o delegado.
Desconfiados, os policiais levaram o vigilante até a casa dele, onde teria sido rendido, e lá ele confessou. Alegou ter planejado a ação 15 dias antes, com o genro, que possui passagens por tráfico de drogas e furto.
O restante da família não teria conhecimento do crime. Mãe e filho foram liberados pelos bandidos após a tentaiva frustrada do roubo, na zona rural de Abaeté, Região Centro-Oeste do estado.
O vigilante foi preso e os demais envolvidos conseguiram fugir. O carro usado na ação foi queimado. A placa era clonada. A suspeita é de que além do sogro e do genro, três pessoas com experiência no crime tenham participado, todas de Belo Horizonte.
“As investigações continuam. O vigilante quis fazer parecer que teria sido um crime de oportunidade, uma coisa de oportunismo, os autos nos dizem que não, nos dizem que foi algo orquestrado, bem planejado”, afirma a delegada Fabíola Oliveira.
O roubo só não foi concretizado devido à ausência da senha do cofre. O crime foi considerado atípico pelos delegados por envolver o sequestro da família dos envolvidos e por ter sido a do vigilante, e não a do gerente, comum nesse tipo de ação. *Amanda Quintiliano, especial para o EM