O hospital de campanha montado no Expominas, no Bairro Gameleira, na Região Oeste de Belo Horizonte, inicia suas atividades hoje, com 30 leitos disponíveis em um primeiro momento, mas que poderão ser expandidos conforme a demanda, segundo o governador de Minas, Romeu Zema. Pacientes dos hospitais Júlia Kubitschek e Eduardo de Menezes, ambos na Região do Barreiro, também terão nova estrutura assistencial. Para o início do atendimento no Expominas, a equipe é formada por 20 médicos, cinco psicólogos, 20 técnicos de enfermagem e 100 soldados da Polícia Militar. O número de casos do novo coronavírus no estado é de 75.851 mil e os óbitos, 1.576. Especialistas apontam que o pico da pandemia ocorrerá na próxima quarta-feira.
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Já o secretário-adjunto de Saúde, Marcelo Cabral, informou que o objetivo é garantir reserva técnica, especialmente para receber os casos que não precisam mais de tratamento intensivo, mas ainda devem ser mantidos em observação. “Fizemos grande esforço para ampliar a rede de UTI do estado, porque o maior problema enfrentado no mundo todo foi garantir uma estrutura de tratamento intensivo capaz de receber todas essas pessoas”, afirmou.
“Como conseguimos jogar o pico para frente, tivemos tempo para ampliar a nossa rede de UTIs e, hoje, a nossa estrutura está preparada e adequada para receber um número maior de pacientes. A proposta é que o hospital de campanha seja retaguarda de leitos clínicos para pacientes que já podem ser retirados da UTI, mas ainda devem ser monitorados e observados”, completou.
Desde 25 de março, o Hospital Eduardo de Menezes, referência no tratamento de pacientes portadores de doenças infectocontagiosas, atende exclusivamente casos suspeitos ou confirmados da COVID-19. O Hospital Júlia Kubitschek também passou a atender apenas casos suspeitos desde 27 de maio. Portanto, a expectativa é de que sejam encaminhados pacientes desses hospitais considerados de baixa e média complexidade.
Apesar de a estrutura do Expominas ter sido concluída em abril, o governador Romeu Zema destacou que o hospital não precisou ser inaugurado porque o isolamento social retardou o pico da pandemia em Minas Gerais. Ele afirmou, em entrevista coletiva no último sábado, que os 30 leitos abertos inicialmente são o mínimo executável e que essa estrutura poderá ser aumentada a qualquer momento. “Esse número pode ser ampliado de um dia para o outro para 60, 100 ou 150 leitos. Queremos passar esse período de pico com reserva, com cautela. Se o sistema passar por uma sobrecarga, podemos utilizar o hospital de campanha a qualquer momento”, ressaltou.
Profissionais disponíveis
Os profissionais responsáveis por atender os pacientes serão, em sua maioria, integrantes da Polícia Militar de Minas Gerais e especialistas contratados pela Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig). Segundo o diretor-geral do hospital, coronel Vinicius Rodrigues Santos, grande parte da equipe já está pronta para entrar em operação hoje, e a previsão é de que todos os profissionais estejam com os contratos finalizados até quarta-feira.
“O hospital de campanha está preparado para entrar em operação. Necessitamos, para os 30 leitos que estão sendo colocados, de 224 profissionais. Já temos à disposição 145, entre administração e profissionais de saúde. Este primeiro esforço é da Polícia Militar e do Bombeiro Militar. Na segunda-feira (hoje), já receberemos o segundo esforço, do chamamento da Fhemig, completando esse efetivo de 224 pessoas”, informou a Secretaria de Estado de Saúde, por meio de nota.