Uma nova vida espera a pequena Valentina de um ano de idade, que recebeu alta na última sexta-feira (10), dois meses depois de passar por um transplante hepático intervivos pediátrico, realizado pelo Hospital das Clínicas da UFMG/Ebserh. O procedimento é inédito no estado.
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Como o número de doações de órgãos caiu muito durante a pandemia e Valentina não podia esperar, o transplante intervivos foi o mais indicado. Neste tipo de transplante de alta complexidade, uma pessoa saudável e com o tipo sanguíneo compatível com o do receptor, é a doadora. Ela tem uma parte do fígado retirada, por meio de cirurgia, e colocada no lugar do fígado da criança doente. Não é necessário aguardar em fila de espera pela doação do órgão.
Na data do procedimento, uma pequena parte do fígado do pai de Valentina, foi então removida e, quase que simultaneamente, implantada no bebê. Pai e filha ficaram juntos o tempo todo no bloco cirúrgico.
“Foram aproximadamente oito horas de cirurgia. O curto espaço de tempo em que o órgão fica fora da circulação (cerca de 50 minutos) é o maior diferencial do transplante hepático intervivos, pois o funcionamento do fígado é imediato, sendo o resultado muito melhor”, destacou.
Após a alta, Valentina e Alexandre passam bem. Assim como acontece no transplante hepático intervivos adulto, o fígado vai se regenerar tanto no doador quanto no receptor, que neste caso é uma criança.
*Estagiária sob supervisão do subeditor Frederico Teixeira