Uma nova vida espera a pequena Valentina de um ano de idade, que recebeu alta na última sexta-feira (10), dois meses depois de passar por um transplante hepático intervivos pediátrico, realizado pelo Hospital das Clínicas da UFMG/Ebserh. O procedimento é inédito no estado.
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Como o número de doações de órgãos caiu muito durante a pandemia e Valentina não podia esperar, o transplante intervivos foi o mais indicado. Neste tipo de transplante de alta complexidade, uma pessoa saudável e com o tipo sanguíneo compatível com o do receptor, é a doadora. Ela tem uma parte do fígado retirada, por meio de cirurgia, e colocada no lugar do fígado da criança doente. Não é necessário aguardar em fila de espera pela doação do órgão.
A equipe responsável pelo transplante formada por 15 profissionais, entre médicos e enfermeiros precisou redobrar os protocolos de segurança visando a saúde de pacientes e equipe em decorrência da pandemia do novo coronavírus. O empreiteiro Alexandre Lopes Pereira, de 39 anos, pai da criança, foi testado negativo para a COVID-19 dois dias antes do transplante.
Na data do procedimento, uma pequena parte do fígado do pai de Valentina, foi então removida e, quase que simultaneamente, implantada no bebê. Pai e filha ficaram juntos o tempo todo no bloco cirúrgico.
“Foram aproximadamente oito horas de cirurgia. O curto espaço de tempo em que o órgão fica fora da circulação (cerca de 50 minutos) é o maior diferencial do transplante hepático intervivos, pois o funcionamento do fígado é imediato, sendo o resultado muito melhor”, destacou.
Após a alta, Valentina e Alexandre passam bem. Assim como acontece no transplante hepático intervivos adulto, o fígado vai se regenerar tanto no doador quanto no receptor, que neste caso é uma criança.
*Estagiária sob supervisão do subeditor Frederico Teixeira