O Sindicato dos Rodoviários de BH (STTR-BH) denunciou a morte de um motorista de ônibus em virtude da COVID-19. Além de profissionais essenciais para o funcionamento das cidades, a categoria também é uma das que mais se expõe ao risco - principalmente se as medidas de segurança não forem tomadas corretamente.
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Não usar máscara em BH dá multa, mas Praça Sete não tem fiscalizaçãoCoronavírus: com 73 mortes em 24 horas, Minas tem quase 79 mil casosPrepare o casaco: nova frente fria começa a se aproximar de Minas nesta terçaSindicato elabora protocolo para volta às aulas nas escolas particulares de MGLogo no início da pandemia, os profissionais de grupo de risco foram afastados. Com relação aos que ficaram em serviço, coube às empresas de transporte e à BHTrans realizar testagens constantes entre os profissionais. "Eles disponibilizaram alguns kits de testagens, mas ainda faltam muitos profissionais para serem testados. Precisamos da atenção das autoridades competentes", comenta.
Mesmo antes da morte, a sensação de medo já pairava entre a categoria. "É um sentimento de insegurança mesmo quando o protocolo de higienização é cumprido. É uma doença nova, todo dia tem novidade, então há uma preocupação. São centenas de pessoas diferentes carregadas diariamente", diz o presidente.
O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH) afirmou que "realiza acompanhamento contínuo de seus profissionais", oferecendo o Serviço Especial de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) que atua no combate a acidentes de trabalho. Completou que os consórcios oferecem plano de saúde, odontológico e seguro de vida para colaboradores e familiares, além de promover ações de cidadania, bem-estar e saúde para os funcionários.
Garantiu, ainda, que está realizando blitze educativas com distribuição de máscaras e realizando testes. Assegura, também, que foram instalados recipientes com álcool em gel em toda a frota, nas bilheterias e nas estações, além de estar intensificando a higienização dos veículos e demarcando distanciamento para os passageiros que viajarem em pé.
A BHTrans ratificou as medidas de segurança expostas pelo Setra-BH e garantiu que realiza fiscalizações constantes. Acerca da morte do motorista, afirmou que ainda não foi notificada pelos consórcios.
Uso da máscara e cobrança da passagem
Também cabe ao motorista dos coletivos fazer valer o cumprimento da obrigatoriedade das máscaras nos veículos. O sindicato afirma que já foram contabilizados dois casos de agressão a condutores por parte de passageiros que se negaram a cumprir a regra.
"Uma agressão foi em Ibirité, na Grande BH, e outro na área central, na rua da Bahia. É uma injustiça com nosso profissional, ainda mais agora que é uma lei. Deve ficar a cargo da Polícia Militar e da Guarda Municipal, não em cima do trabalhador", argumenta o presidente do sindicato.
Vale lembrar, também, que é função do motorista fazer a cobrança do valor da passagem - o que aumenta ainda mais a exposição e o risco. "Estamos em contato com a BHTrans e com o Setra pra fazer campanha pra reforçar o uso do cartão individual e evitar o manuseio do papel, que abriga o vírus por um grande tempo", conclui Paulo César da Silva.
O Setra-BH afirmou que está oferecendo gratuitamente o cartão BHBus para passageiros nos pontos de venda.
* Estagiário sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.