Jornal Estado de Minas

Ocupação de leitos em BH recua, mas situação ainda é crítica

Belo Horizonte registrou no boletim epidemiológico publicado ontem o menor índice de ocupação nas UTIs para COVID-19 desde 26 de junho: 84%. A queda se deveu a dois fatores: a abertura de 20 novos leitos de terapia intensiva para pacientes infectados pelo novo coronavírus – são 390 agora; e a queda no número de internados – de 331 para 327. Vale lembrar que os dados são referentes ao quadro de segunda-feira (13).




Ainda assim, a capital mineira continua no estágio mais crítico da escala de risco da ocupação dos leitos, a fase vermelha. Essa classificação é dada quando o indicador é igual ou maior que 70%. Essa é a situação da cidade desde 10 de junho. O índice é primordial, por exemplo, para a tomada de decisão sobre a flexibilização do comércio em BH. Hoje, o prefeito Alexandre Kalil (PSD) se reúne com lojistas para discutir a situação da capital mineira no controle da pandemia, na sede do Executivo municipal.

O encontro foi anunciado por Kalil em vídeo ao vivo transmitido pelas redes sociais na segunda-feira e confirmado pela assessoria de imprensa da PBH, mas, em contato com a reportagem, entidades como a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL/BH) e a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) disseram que não receberam o convite do Executivo municipal.

“Não adianta a pressão. Nossos números já estão melhorando. E ainda vão melhorar (mais). Estamos muito preocupados com empregos e empresários", disse o prefeito na segunda-feira. “Ordenei uma reunião com os comerciantes na quarta-feira. Os protocolos estão ficando prontos. Isso (fechamento do comércio) não é infinito”, pontuou.



Enfermeiras

O levantamento da prefeitura publicado ontem também informa sobre a ocupação das enfermarias para COVID-19: 76% delas estão em uso. A diferença é de um ponto percentual em relação ao boletim de segunda. Esse índice também coloca BH no vermelho quanto a esses leitos.

O aumento da ocupação foi registrado em um cenário de ampliação da oferta de leitos: no boletim mais recente, são 1.072, 20 a mais que no anterior. No quadro geral, considerando os leitos destinados a todas as doenças, inclusive a COVID-19, a ocupação em BH é de 67%: 3.120 das 4.657 unidades em uso.

Casos e mortes

O boletim também trouxe a informação sobre o número de mortos na capital mineira: 288, três a mais que o informado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) em seu levantamento divulgado na manhã de ontem. São 12.123 casos confirmados na cidade: além dos 288 mortos, são 2.972 em acompanhamento e 8.863 recuperados. Todas as pessoas que perderam a vida até aqui em BH em decorrência da COVID-19 tinham ao menos uma comorbidade com potencial para agravar o quadro. Idosos, hipertensos, cardiopatas e obesos são as principais vítimas.