Um fio de esperança se formou a partir de uma rede de solidariedade de quem se sensibilizou com a história do gari André Araújo Leandro Pereira, de 37 anos. Oito dias após perder a mãe, aos 59 anos, e ter a moto roubada na porta do Hospital Madre Teresa, na Região Oeste de Belo Horizonte, o coletor foi amparado por amigos e desconhecidos, de quem recebeu uma oferta de emprego e ajuda financeira por meio de vaquinha on-line.
André contou ao Estado de Minas que já conversou com o empresário que ofereceu o emprego, tão logo acabe o cumprimento de aviso prévio no trabalho atual. “Ele falou que meu serviço tá garantido, me passou telefone e endereço para eu ir lá no fim do mês. Que Deus abençoe. Deus é tremendo!”, comentou um pouco mais aliviado.
Ele vai trabalhar em uma empresa de Belo Horizonte que presta serviços de limpeza urbana na capital. O diretor que entrou em contato com André e ofereceu o posto preferiu não ter o nome divulgado e disse que a empresa ficou sensibilizada com o caso do coletor. “Vi a reportagem e tomei a iniciativa. Todos aqui ficamos comovidos com a história”, enfatizou.
André diz que passou a última semana muito triste pela morte da mãe e angustiado pelo roubo da motocicleta. O veículo não só era usado para ir trabalhar como também para entrega de lanches e refeições durante seus dias de ‘folga’ do emprego formal. Assim, ele garantia renda extra para o sustento dos cinco filhos, que têm 9 meses e 10, 12, 13 e 15 anos.
“Eu era muito apegado à minha mãe. Ela era muito nova, né. Mas o caso dela era muito complicado, tinha uma espécie de sopro no coração. O médico falou que nunca tinha visto caso como o dela, que precisou trocar válvulas três vezes. Meu irmão me ligou quando o quadro ficou complicado e eu fui lá mas, quando cheguei, ela já havia morrido”, relata.
No dia, André estacionou a moto na rua, próximo ao hospital. Quando voltou ao local, o veículo havia sido roubado. Depois de fazer boletim de ocorrência policial, ele gravou um vídeo pedindo a devolução da motocicleta. A súplica viralizou nas redes sociais e, apesar de ainda não ter notícias de sua Honda Titan, o coletor conta com a ajuda de amigos e desconhecidos. “O pessoal fez uns links para quem puder ajudar e depositar uma quantia.”
Agora, ele aguarda o dia 27 de julho, quando seu contrato atual acaba e ele poderá dar sequência em sua retomada profissional e particular. “A dificuldade chegou né, com os problemas da minha mãe e no emprego. Minha esposa até foi morar com os pais dela, mas agora já estamos conversando de novo para acertar tudo”, projetou.