Após intensas críticas à condução do prefeito Alexandre Kalil (PSD) frente à situação do comércio da capital, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) e a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) querem apresentar suas próprias propostas de retomada das atividades. “Não podemos esperar a prefeitura”, afirmou Paulo Solmucci, presidente da Abrasel.
As entidades explicam que não se trata de “abrir o comércio amanhã”, mas apresentar um plano. “Vamos fazer uma proposta pública e validá-la com a sociedade. Convocamos uma manifestação para quarta que vem, na Praça da Liberdade, para apresentar o planejamento de reabertura e um protocolo decente de funcionamento dos estabelecimentos”, explicou Solmucci.
A proposta passa por um “pacto social amplo” envolvendo as entidades, a população e a prefeitura. “O lema agora é 'fique seguro'. Fique em casa já passou”, completou o presidente da Abrasel, usando Rio de Janeiro e São Paulo como exemplos de cidades que retomaram as atividades do comércio.
Questionado se o fato poderia configurar 'desobediência civil', ele afirma que isso já vem ocorrendo na capital. “As pessoas já não estão respeitando as ordens vigentes. Precisamos de um plano dentro da nossa realidade”, concluiu Solmucci.
Em entrevista coletiva na manhã desta quinta (16), os representantes da CDL/BH e da Abrasel não pouparam críticas à “falta de planejamento” do Executivo para reabertura. “No início parecia preguiça da Prefeitura. Agora, parece incompetência”, disparou Marcelo de Souza e Silva, presidente da CDL.
Segundo dados da própria Abrasel, aproximadamente 5 mil bares e restaurantes da capital fecharam as portas e as demissões podem atingir 60 mil trabalhadores até o fim deste mês.
Ambas as entidades alegaram “falta de diálogo” com a PBH e também cobraram “planejamento sólido” e abertura de novos leitos.