Enquanto a pandemia do novo coronavírus deixa milhões de pessoas aflitas em todo o mundo, pesquisadores trabalham dia e noite para buscar soluções e amenizar os efeitos da doença. É o caso das equipes dos departamentos de Física e de Microbiologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que criaram um método de diagnóstico para doenças virais, como a COVID-19, e que engloba também dengue e zika.
Batizada de PoLiVirUS, a plataforma funciona por meio da comparação entre células infectadas e amostras não infectadas. A funcionalidade é baseada na combinação de espectroscopia óptica e inteligência artificial.
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A inteligência artificial foi treinada para diferenciar infecções por diversos vírus. Os testes clínicos do método, cujo projeto teve início ainda nos primeiros casos de COVID-19 no Brasil, apresentaram acurácia de 87%, resultado comparável ao apresentado pelo tradicional teste RT-PCR, considerado o mais eficaz no diagnóstico de coronavírus.
“Toda semana um novo conjunto de testes é realizado, e seus resultados são adicionados à base de dados para continuarmos aperfeiçoando os indicadores de diagnóstico”, explicou o professor.
O processo de registro do método já foi iniciado junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), em nome da Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica (CTIT) da UFMG. Ao todo, o projeto recebeu um aporte financeiro de R$ 149 mil da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).
Além do professor Juan Carlos González Pérez, são coautores do método os pesquisadores Lídia Maria de Andrade e Paulo Henrique Amaral, residentes de pós-doutorado do Departamento de Física, além de Flávio Guimarães da Fonseca, docente do Departamento de Microbiologia do Instituto de Ciências Biológicas.