Jornal Estado de Minas

BLITZ PELO INTERIOR

COVID-19: Minas Consciente terá novas regras por pelo menos seis meses

Em blitz por três cidades do interior de Minas Gerais, o governador Romeu Zema (Novo), entregou 23 respiradores, entre a manhã e a tarde desta quinta-feira (16), para que sejam usados no combate à COVID-19 no estado. O primeiro destino foi Uberlândia, no Triângulo Mineiro, onde o governador enfrentou protesto de servidores estaduais contra a reforma da Previdência mineira. Zema também foi cobrado para que o Minas Consciente seja revisto e que a macrorregião do Triângulo possa ser enquadrada em outra onda mais flexível do plano. O governo afirmou que está revendo os protocolos.





Acompanhado do secretário de estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, o governador entregou oito aparelhos respiradores à Prefeitura de Uberlândia, sendo cinco deles invasivos e três não invasivos. Durante a tarde, 10 respiradores foram entregues à Prefeitura de João Pinheiro, no Noroeste, e outros cinco aparelhos foram para Além Paraíba, na Zona da Mata.

Em entrevista coletiva no Triângulo, Zema afirmou que o estado atingiu o pico da COVID-19, mas que nos próximos dias espera que os casos se estabilizem e não passem a regredir de maneira tão aguda quanto foi o crescimento da doença. Ele usou o termo “platô” para explicar o momento e que não é possível determinar por quanto tempo essa realidade vai durar. or isso, nos próximos dias, o Minas Consciente pode ser mudado, incluindo uma consulta aos municípios.

“Nós sabemos que as medidas tomadas quando se atinge esse platô são diferentes, e o Minas Consciente desde o início vem sendo aperfeiçoado. Já há uma nova versão e  teremos um chamamento público. A Associação Mineira de Municípios (AMM) está trabalhando conosco para que façamos novos protocolos para atender a essa nova realidade”, afirmou o governador.





Segundo o secretário Carlos Eduardo Amaral, os estudos acontecem até 29 de julho e, em seguida, haverá um plano novo para, pelo menos, seis meses. “Existem muitas demandas e muitas diferenças. O Minas Consciente foi importante para o isolamento adequado, agora está se propondo chegar mais perto dos municípios”, explicou. 

Amaral salientou que o plano poderá dar mais autonomia às prefeituras, mas não entrou em detalhes de como isso poderá ser feito, ainda que tenha afirmado que as macrorregiões poderão ser subdividas.

Em 9 de julho, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais deferiu liminar pedida pelo Ministério Público estadual para que os municípios mineiros sejam obrigados a aderir compulsoriamente ao programa. Pelo menos três prefeituras questionaram os protocolos na Justiça, incluindo Uberlândia, que desde março seguia planos próprios.



Nesta quinta, houve um pedido do prefeito Odelmo Leão (PP) ao governador Zema para revisão do plano. Ele discorda da inclusão na macrorregião do Triângulo Norte. “Estamos há quase 30 dias (com os comércios) fechados e nós temos que dar uma resposta”, disse Odelmo, em entrevista coletiva.

10 novos leitos de UTI
 

Foi anunciado que, na próxima segunda-feira (20), o Hospital Municipal de Uberlândia terá 10 novos leitos de UTIs exclusivos para pacientes de COVID-19. A rede municipal de saúde, então, passará a ter 60 leitos dos tipo voltados para pessoas com o novo coronavírus. Segundo Odelmo Leão, os respiradores doados nesta quinta entrarão no plano de criação de 26 novos leitos de UTI para os próximos dias.

Protesto 

Servidores da polícia protestaram em Uberlândia, no Triângulo Mineiro (foto: Divulgação)
Ainda em Uberlândia, servidores das polícias Civil e Penal, além de representantes de outros segmentos, como a educação, protestaram em frente à prefeitura contra a atual proposta de reforma previdenciária em Minas Gerais. Essa é a segunda manifestação na cidade. No dia 8, investigadores e delegados da Civil protestaram de frente à Delegacia Regional. Eles pedem que o assunto seja debatido quando o acesso público à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) seja permitido, ou seja, no pós-pandemia.





Há um descontentamento com a proposta de reformas que retiraria direitos e demonstraria falta de transparência nas regras de transição previdenciária. 

Durante a entrevista coletiva para entrega de respiradores, Romeu Zema não demonstrou que vai recuar na tramitação da reforma e quer agilidade. O prazo para que ela aconteça, segundo o governador, é em agosto. “A perda para o estado será pequena. Cada mês que passa é uma perda para Minas Gerais. Temos visto manifestações, que eu respeito, mas temos que lembrar que temos um problema matemático. É como uma pessoa que ganha R$ 5 mil e gasta R$ 8 mil, não dá para ganhar no grito. Há mais de 10 anos que Minas gasta mais do que arrecada”, afirmou.