A Justiça mineira suspendeu as visitas de um pai à filha, de 2 anos, enquanto durar a pandemia da COVID-19. Isso porque ele não respeita as medidas de isolamento social para evitar a transmissão do coronavírus. A liminar foi concedida pela 5ª Câmara Cível de Belo Horizonte e, segundo a defesa da mãe da criança, pode abrir um precedente no estado.
O caso corre em segredo de Justiça. De acordo com o advogado Vítor Germano Lanna, os pais da criança estão em processo de dissolução de união estável. O homem saiu de casa ainda no início do ano e a menina ficou com a mãe. “O pai, infelizmente, é daquelas pessoas que acham que (a pandemia) é tudo mentira, produto da imaginação coletiva. Ele tem contato com outras pessoas frequentemente, faz festas com amigos e não se preserva”, detalha. “Em razão disso, entramos com uma ação para dissolver a união estável, conseguir a guarda para a mãe e suspender as visitas momentaneamente, enquanto durar o período de risco. Ele tem o direito de visitar a filha e ela tem direito de ter contato com o pai, mas ele está colocando-a em risco, os familiares da mãe”, explica Lanna.
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Polícia investiga paciente de COVID-19 que teria participado de festa em AndradasCoronavírus: Minas chega a 1,9 mil mortes e 87 mil casos Final de semana será de frio e céu aberto em BH e na maior parte de MinasCondenado a 51 anos de prisão homem que estuprou e matou criança em VespasianoCoronavírus: Minas tem 3,6 mil novos casos e totaliza 1.964 mortesFilha que mantinha o pai idoso em cárcere privado vai continuar presaAinda de acordo com o advogado da mãe, a liminar é de segunda-feira, mas o pai da criança ainda não havia sido notificado oficialmente, embora já tenha sido informado sobre ela. Para ele, a decisão mostra à sociedade que o desrespeito às medidas de proteção pode levar prejuízos à vida particular. “A decisão sustenta que é preciso proteger a menor. É doloroso, mas ele pode colocar a própria filha em risco. O desembargador, entre o direito de convívio e o direito de preservação da saúde da menor, ficou com este último”, ressaltou Vítor Germano Lanna.
De acordo com o boletim da Secretaria de Estado de Saúde divulgado nesta sexta-feira, Belo Horizonte já registrou 11.903 casos de COVID-19 e 328 mortes.