O governador Romeu Zema (Novo) garantiu, nesta sexta-feira (17), que as aulas presenciais em nas escolas de Minas Gerais serão retomadas ainda no segundo semestre deste ano. Entretanto, sinalizou que isso não deve ocorrer em agosto, conforme previu no início de junho.
"Com certeza, no segundo semestre, nós teremos (o retorno da educação presencial). Está cedo para precisar essa data porque estamos, agora, no platô (da pandemia de COVID-19). E teremos de ver como a pandemia vai se comportar agora nessa nova fase", ponderou. A afirmação foi feita em entrevista à Rádio Itatiaia.
O chefe do executivo estadual reconheceu as deficiências do ensino remoto em relação ao presencial e disse que pretende viabilizar a retomada da rotina escolar o quanto antes, atendendo às recomendações de segurança das autoridades de saúde.
"Nada garantido (de que, em agosto, possa voltar ao normal). Mas, quero lembrar: é o meu maior anseio. Sei que as crianças, em casa, não estão aprendendo tanto quanto nas aulas presenciais. E nós queremos fazer isso o quanto antes. Aquilo que pudermos fazer para agilizar, vamos fazer", comentou.
As escolas mineiras estão fechadas desde 18 de março, por força do Descreto Estadual nº 47.886. A determinação confinou, por tempo indeterminado, 1.154.419 estudantes matriculados em 4.292 instituições de ensino privadas, além de 3.928.654 que frequantam as 12.252 unidades de toda a rede pública. Os números são do Censo Escolar 2018.
As escolas mineiras estão fechadas desde 18 de março, por força do Descreto Estadual nº 47.886. A determinação confinou, por tempo indeterminado, 1.154.419 estudantes matriculados em 4.292 instituições de ensino privadas, além de 3.928.654 que frequantam as 12.252 unidades de toda a rede pública. Os números são do Censo Escolar 2018.
Protocolo
Estados como Amazonas e São Paulo já lançaram protocolos sanitários de retorno dos alunos. Nessa última localidade, as instituições de ensino começam a receber os estudantes em 8 de setembro. Em Minas, o governo ainda não fixou regras para nova rotina escolar.
No dia 14 de julho, o Sindicado das Escolas Particulares de Minas Gerais (SINEP-MG) lançou um projeto para nortear a regularização do período letivo presencial. Segundo a entidade, o documento - inspirado em protocolos internacionais e de Manaus - visa nortear a organização das escolas mineiras durante a pandemia com alguma antecedência. A proposta foi entregue ao Comitê Extraordinário COVID-19 da Prefeitura de Belo Horizonte.
Entre as orientações do guia, está a instauração de rodízios para entrada e saída de alunos, assim como nos recreios e demais intervalos. Os lanches passariam as ser feitos dentro das salas de aula, onde distância entre as carteiras seria fixada em um metro.
Pais de alunos de redes privadas de todo o Brasil parecem temer o retorno. Ao menos é o que mostra uma pesquisa encomendada pelo grupo União pelas Escolas Particulares de Pequeno e Médio Porte, realizada 14.307 responsáveis por estudantes de 407 escolas de todo o país. Mais da metade (51,6%) dos entrevistados não querem que os filhos voltem para a escola.
Qualidade
O programa de estudos remotos do governo mineiro, oferecido desde de 18 de maio aos estudantes da rede estadual, é alvo denúncias e críticas feitas por pais, alunos e professores do estado, além de especialistas em educação da UFMG. Sobretudo no que diz respeito às apostilas do Plano de Estudo Tutorado (PET), disponibilizadas no hotsite Estude em Casa.
Um levantamento realizado por pesquisadores da Universidade apontou encontrados 42 erros de ortografia e gramática, 122 plágios e 89 erros de informação no material. O relatório foi apresentado em 9 de junho pela deputada Beatriz Cerqueira (PT), em audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A Secretária de Estado de Educação, Julia Sant'Anna, vê exagero nas críticas e acusa os partidos políticos de oposição ao governo de boicote ao programa em favor de interesses políticos.