Na prática, três motivos - ou melhor, três indicadores - fizeram com que a administração municipal optassem por manter apenas serviços considerados essenciais em funcionamento. São eles:
- Número médio de transmissão por infectado (Rt);
- Taxa de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) específicas para pacientes com COVID-19 na rede pública de saúde;
- Taxa de ocupação de leitos de enfermaria específicos para pacientes com COVID-19 na rede pública de saúde.
Os números de cada um desses três parâmetros são classificados a partir de uma escala de três cores: verde (menor nível de alerta), amarelo (nível intermediário de alerta) e vermelho (maior nível de alerta).
- Número médio de transmissão por infectado (Rt): verde (de 0 a 1,0), amarelo (de 1,0 a 1,2) e vermelho (acima de 1,2);
- Taxa de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) específicas para pacientes com COVID-19 na rede pública de saúde: verde (até 50%), amarelo (de 50% a 70%) e vermelho (acima de 70%);
- Taxa de ocupação de leitos de enfermaria específicos para pacientes com COVID-19 na rede pública de saúde: verde (até 50%), amarelo (de 50% a 70%) e vermelho (acima de 70%).
A atualização dos indicadores foi divulgada na tarde desta sexta-feira (17) pela prefeitura e se referem a dados da última quarta (15). Os seguintes números fizeram com que a administração municipal optasse por manter o comércio não essencial fechado:
- Número médio de transmissão por infectado (Rt): 1,0 (nível amarelo)
- Taxa de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) específicas para pacientes com COVID-19 na rede pública de saúde: 85% (nível vermelho)
- Taxa de ocupação de leitos de enfermaria específicos para pacientes com COVID-19 na rede pública de saúde: 74% (nível vermelho).
Analisados em conjunto, esses três indicadores colocam a cidade no nível de alerta vermelho. Com base nos números, os especialistas do Comitê de Enfrentamento à Epidemia de COVID-19 de BH sugeriram a Kalil não retomar o processo de abertura do comércio. No boletim, a prefeitura justifica a decisão.
"O ritmo de difusão da doença (medido pelo Rt) indica estabilização no nível de contágio. O valor de Rt igual a 1,00 sinaliza uma estabilização do número de novos casos. Ainda que indique uma desaceleração no crescimento exponencial de casos, o número alto de infectados atuais contaminam o mesmo número de pessoas, mantendo alta também, a demanda por leitos de UTI e enfermaria. Isso significa que as altas taxas de ocupação de leitos do município tenderiam a permanecer elevadas durante as próximas semanas. Por isso, mesmo com a expansão no número de leitos, que vem ocorrendo desde o início do ano, será necessário aguardar um recuo no número de internados para que se possa criar as condições ideais para a flexibilização das atividades econômicas", lê-se no documento.
Os dados serão reavaliados pela administração municipal ao longo da próxima semana. Porém, ainda não há previsão para a retomada do processo de abertura do comércio.
Apesar de os números ainda estarem acima do patamar ideal, houve melhora em relação à semana anterior. O Rt caiu de 1,11 para 1,0; já as taxas de ocupação de UTIs e enfermarias caíram, respectivamente, de 88% e 76% para 85% e 74%.
"Em suma, o que os dados dos últimos sete dias revelam é que há uma tendência de estabilização da difusão da doença no nível mais alto de contaminação desde o início da pandemia. Dessa forma, recomenda-se a permanência na fase de controle, acompanhada da avaliação ao longo da próxima semana, de como a tendência de estabilização afetará a taxa de ocupação dos leitos hospitalares", completa a PBH no boletim.
Indicadores auxiliares
Além dos três índices principais, Kalil e o comitê avaliam, ainda, outros dois parâmetros para tomar a decisão de reabrir ou não o comércio:
- Índice de isolamento social;
- Projeção do número de casos de COVID-19 segundo cenários de contágio.
Os indicadores auxiliares não são analisados segundo a gradação de cores. Eles servem como sustento para a decisão tomada pelos especialistas com base nos parâmetros principais.
Segundo boletim epidemiológico divulgado nessa quinta-feira pela prefeitura, BH tinha 13.559 casos confirmados de coronavírus, dos quais 320 resultaram em óbitos. Eram ainda 9.999 recuperados e outros 3.240 em acompanhamento médico.
O que é o coronavírus
Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.Vídeo: Por que você não deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp
Como a COVID-19 é transmitida?
A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.
Vídeo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronavírus?
Como se prevenir?
A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
Vídeo: Flexibilização do isolamento não é 'liberou geral'; saiba por quê
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.
Vídeo explica porque você deve aprender a tossir
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Mitos e verdades sobre o vírus
Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.
Coronavírus e atividades ao ar livre: vídeo mostra o que diz a ciência
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