Jornal Estado de Minas

Seminário de prevenção à violência contra a mulher apresenta novidades

Realizado na manhã dessa sexta-feira (17/7), o 2º Seminário Integrado de Prevenção à Violência Conta a Mulher, um trabalho integrado entre a Secretaria de Justiça e Segurança Pública e as polícias Civil e Militar, que ocorreu de maneira virtual, transmitido ao vivo. No evento, ano passado, que foi presencial, realizado na Cidade Administrativa, contou com a participação de 420 pessoas. Agora, o número de paricipantes dobrou, sendo entidades de segurança do Rio de Janeiro, São Paulo, Amapá, Amazonas e diversas ONGs de defesa da mulher participaram.





O principal objetivo do encontro, segundo o coronel Alexandre Magno, diretor operacional da PM, é a necessidade de qualificar o atendimento às vítimas a partir da capacitação de policiais militares, civis e demais profissionais da segurança pública que trabalham diretamente com o enfrentamento à violência contra a mulher e ao feminicídio.

O coronel lembrou que o primeiro evento na prevenção da violência contra a mulher aconteceu em Uberlândia, em 2003. “Esse foi o chute inicial”, diz. “Na época, foi criada a PAM, que quer dizer Patrulha de Atendimento Multidisciplinar. Com o aprendizado, a partir dali, foi criada a PVD (Patrulha de Prevenção à Violência Doméstica), que passou a ser conhecida como Patrulha Maria da Penha.”

Segundo o coronel, esse trabalho consiste em uma dupla de policiais, uma mulher e um homem, irem atrás dos envolvidos em denúncias de violência doméstica. “Filtramos as ocorrências. Aquelas que têm a mulher como vitima, vamos à casa e os policiais conversam com os envolvidos. Mostram cuidado com o casal. Ensina-se à mulher, o que deve fazer, para que ela permaneça no ciclo de violência.”





A mulher que aceita ser assistida, segundo ele, não se torna mais uma vítima do marido ou companheiro. “A mulher aprende a se defender e também a seus filhos”, diz.

Patrulha Maria da Penha

Os números mostram, considerando o período de janeiro a junho, uma redução de 16% em 2020 em relação a 2019. “Com certeza, essa redução se deve ao aumento da atuação da Patrulha Maria da Penha. No início, eram 24 cidades que possuíam esse trabalho, Belo Horizonte e interior. Agora, o serviço é prestado em 72 cidades. Isso representa um aumento de 188% de atuação da PM”, afirma ele.

A assistência nos casos de violência doméstica contra a mulher também aumentou muito. Em 2019, foram 13.797 atendimentos feitos de janeiro a junho. Esse ano, o total subiu para 17.007, ou seja, 24% a mais no atendimento.

“A mulher se sente mais protegida. Ela se sente estimulada a denunciar esse tipo de violência”, diz o militar, que informa também que os treinamentos presenciais dos policiais, que eram feitos antes da pandemia, agora ocorrem na plataforma digital. “É preciso treinar o policial para que possa ouvir e mediar as situações. Além disso, a ocorrência tem de ser bem feita, bem redigida, bem explicada. É importante que a mulher denuncie e estimulamos isso.”





Além do Coronel Alexandre Magno, participaram do seminário o Secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, general Mário Araújo, o comandante geral da PMMG, coronel Rodrigo Sousa Rodrigues, e o chefe da Polícia Civil de Minas Gerais, delegado geral Wagner Pinto.

Entre os participantes, estavam também representantes do Ministério Público, Defensoria Pública, Tribunal de Justiça, Conselho da Mulher, entre outros. A palestra principal do evento foi “Feminicídio e violência contra a mulher no período da pandemia”, ministrada pela delegada da Polícia Civil Eugênia Villa, do Piauí.