Marco Aurélio Gonçalves Cotta, de 65 anos, é mais uma vítima da intoxicação por dietilenoglicol, substância presente em lotes da cerveja Belorizontina, fabricada pela Backer. Ele estava internado há mais de seis meses no Hospital Mater Dei.
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Caso Backer: morre mais uma vítima de intoxicação por cerveja Polícia encontra caixas de cerveja contaminada da Backer em lote vago em BHJustiça determina quebra de sigilo bancário da Backer e demais empresas do grupoBacker produzia cerveja contaminada desde janeiro de 2019, diz Ministério da AgriculturaMaterial apreendido na Backer sugere que cervejaria já sabia do vazamentoPolícia Civil e MP cumprem novos mandados de busca e apreensão na sede da BackerPandemia de COVID-19: futebol amador desrespeita a lei em BHA maior parte de sua internação foi na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), e somente 38 dias no quarto. Durante todo o tratamento, teve oito paradas cardiorrespiratórias; foi reanimado por quatro vezes, sendo que na última, ficou desacordado por oito minutos; e estava em coma há 40 dias. No último dia 1º, os médicos fizeram uma ressonância magnética e constataram a irreversibilidade do caso.
Ele deixa a mulher, Maria Aparecida Minghini Cotta; dois filhos: Ângela Minghini Cotta e Marco Aurélio Minghini Cotta; e a neta, Carolina Minghini Cotta.
Os advogados da família já apresentaram à Backer os gastos com o tratamento médico de Marco Aurélio, mas afirmam que a cervejaria nunca respondeu às solicitações. A empresa disse que não vai se manifestar a respeito.
Ele deixa a mulher, Maria Aparecida Minghini Cotta; dois filhos: Ângela Minghini Cotta e Marco Aurélio Minghini Cotta; e a neta, Carolina Minghini Cotta.
Os advogados da família já apresentaram à Backer os gastos com o tratamento médico de Marco Aurélio, mas afirmam que a cervejaria nunca respondeu às solicitações. A empresa disse que não vai se manifestar a respeito.
Inquérito
Na conclusão do inquérito, em junho, a Polícia Civil confirmou 29 vítimas e mais 30 casos ainda em análise. O caso segue com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).
Na ocasião, Ângela Minghini Cotta, filha de Marco Aurélio, disse ao Estado de Minas que esperava que o pai tivesse qualidade de vida em seus últimos dias.
"A investigação confirmou que existia um erro, independentemente se foi causado intencionalmente ou não, o erro aconteceu e a empresa tem que se responsabilizar por aquilo, afinal de contas ela é responsável pelo produto que coloca no mercado. O mínimo que espero deles é que o tempo que meu pai ainda estiver vivo, ele tenha qualidade de vida para estar bem", disse.
"A investigação confirmou que existia um erro, independentemente se foi causado intencionalmente ou não, o erro aconteceu e a empresa tem que se responsabilizar por aquilo, afinal de contas ela é responsável pelo produto que coloca no mercado. O mínimo que espero deles é que o tempo que meu pai ainda estiver vivo, ele tenha qualidade de vida para estar bem", disse.
Duas mortes em uma semana
Na última quarta-feira morreu José Osvaldo de Faria, de 66 anos. Ele tomou a cerveja em fevereiro de 2019 em seu sítio e estava internado há mais de 500 dias no Hospital Madre Teresa e foi transferido para o quarto somente no fim de junho deste ano. Sofreu cinco paradas cardiorrespiratórias, nove pneumonias, perdeu completamente a visão, estava com paralisia nas pernas e na face.
Quebra de sigilo
O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) determinou a quebra de sigilo bancário das empresas que compõem o grupo econômico da Backer no último dia 9.
O processo investiga os danos sofridos pelas vítimas de contaminação por mono e dietilenoglicol após consumo das cervejas produzidas pela Backer. A ideia é apurar possíveis manobras para ocultar o patrimônio da cervejaria, cujos donos alegam falta de recursos para arcar com o tratamento médico dos intoxicados.
O processo investiga os danos sofridos pelas vítimas de contaminação por mono e dietilenoglicol após consumo das cervejas produzidas pela Backer. A ideia é apurar possíveis manobras para ocultar o patrimônio da cervejaria, cujos donos alegam falta de recursos para arcar com o tratamento médico dos intoxicados.