A COVID-19 e o fechamento da Europa aos brasileiros, impondo restrições e quarentena obrigatória, impediram a presença dos atingidos pelo rompimento da Barragem do Fundão na audiência que julga as responsabilidades da BHP Billiton, quarta-feira, em Manchester, no Noroeste da Inglaterra. A atenção da mídia internacional para a tragédia do Rio Doce, com os atingidos circulando pela Inglaterra, poderia ajudar a ganhar a opinião pública do Reino Unido para convencer a Justiça de que as 19 mortes e a devastação que atingiu 200 mil pessoas precisa ser reparada também no exterior.
Apesar da ausência, o escritório anglo-americano-brasileiro PGMBM, que representa os atingidos, informa que desde 2018 foi reunido um “amplo conjunto de documentos sustentando que é legítima a intenção dos clientes de moverem uma ação perante a Justiça do Reino Unido. Há pareceres de juristas, depoimentos de vítimas e advogados brasileiros que atuaram no Brasil em favor dos atingidos e populações afetadas pelo rompimento da Barragem do Fundão”.
A rigidez das regras e a seriedade do seu cumprimento deixaram de fora os atingidos brasileiros em Mariana, Barra Longa, Governador Valadares, Aimorés, Baixo Guandu, Colatina, Linhares e outros 32 municípios afetados pelos rejeitos de minério de ferro que desceram pelo Rio Doce.
Quem entra no Reino Unido deve deixar seus contatos e endereços na imigração para ser avisado se alguém do seu voo acabar doente e para conferir se essa pessoa está mesmo cumprindo o autoisolamento. Ou seja, agentes de imigração e até mesmo a polícia podem ir ao endereço de isolamento para assegurar que a pessoa está em quarentena. Quem não fornecer essas informações é multado em 100 libras (cerca de R$ 700) e não ingressa no país, caso não seja residente ou cidadão. Somente pessoas vindas de uma lista de 75 países, a maioria europeus ou ex-colônias britânicas, não necessita de se isolar por 14 dias ao chegar ao Reino Unido. Mesmo quem fez apenas uma escala de trânsito em país não pertencente à lista antes de chegar ao Reino Unido precisa se isolar por duas semanas.
A pessoa que foi admitida no Reino Unido deve seguir diretamente do aeroporto para o local onde vai cumprir a quarentena. O local de autoisolamento pode ser qualquer residência, hotel ou apartamento. Uma vez nesse imóvel, não é mais permitido que a pessoa o deixe pelos próximos 14 dias. Apenas pessoas que vão deixar o Reino Unido podem sair antes do prazo e apenas para ir embora. Se a pessoa mudar o local de isolamento e não repassar às autoridades o novo endereço, o infrator poderá ser multado em até 3.200 libras (pouco menos de R$ 22 mil). “O autoisolamento reduzirá as chances de uma segunda onda de epidemia do novo coronavírus no Reino Unido e ajudará a prevenir que família, amigos e a comunidade contraiam o novo coronavírus, bem como ajuda a proteger o sistema de saúde nacional”, informa o governo do Reino Unido.
O local onde a pessoa vai ficar de quarentena precisará ser abastecido por comida e outras necessidades por meio de entrega. Quem estiver isolado não poderá entrar em contato com nenhuma outra pessoa. Os isolados não poderão recebe visitantes, incluindo amigos e família, a não ser que essas pessoas sejam necessárias para prover as necessidades básicas da pessoa em quarentena.
É vedado sair para o trabalho, para ter aulas ou visitar áreas públicas. A pessoa não pode fazer compras e se precisar de artigos de higiene, alimentação e medicamentos deve pedir a um familiar, amigo ou pedir por meio de delivery. Exercícios físicos só são permitidos dentro de casa ou num jardim. Quem tiver alguma dificuldade pode telefonar numa linha gratuita e solicitar um apoio de voluntários do sistema de saúde pública.
Apenas em circunstâncias muito específicas é permitido deixar o isolamento, como em caso de assistência médica urgente, necessidade de alimentos e remédios onde não há entrega, necessidade de acesso a serviços públicos urgentes, como suporte a vítimas de violência, para ir ao funeral de parentes, visitar um moribundo e para cumprir obrigações legais de emergência.
O que é o coronavírus
Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
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Como a COVID-19 é transmitida?
A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.
Vídeo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronavírus?
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Como se prevenir?
A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam:
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.
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Mitos e verdades sobre o vírus
Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.
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