Jornal Estado de Minas

Mesmo com liminar, Abrasel não orienta reabertura imediata de bares e restaurantes em BH


 
Donos de bares, restaurantes e lanchonetes de BH aguardam há meses a hora de reabrirem seus negócios e estancar os prejuízos. Com a decisão liminar da Justiça nesta segunda-feira (20), os empresários do ramo receberam o aval para receber os clientes – desde que respeitem alguns protocolos sanitários.



Para a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) – entidade responsável por protocolar a ação na Justiça –, contudo, o indicado é que a reabertura ainda não aconteça. 



“A princípio, não estamos orientando para que bares e restaurantes abram de imediato. Mesmo que a prefeitura recorra e não ganhe, a gente não está orientando ainda a abertura. Queremos chamar a própria prefeitura para criar protocolos viáveis, seguros e responsáveis”, afirma ao Estado de Minas o presidente do Conselho de Administração da Abrasel, Paulo Nonaka. 
 
Nonaka, porém, ressalta que o ato de abrir ou não as portas é uma “decisão individual”.  

“Queremos uma data que seja compatível com os números de contágio, mortes e de capacidade do sistema de saúde. Então, isso tudo tem que fechar”, pontua.



Vale ressaltar que a prefeitura já recorreu da liminar por meio da Procuradoria-Geral do Município.

Ainda segundo Paulo Nonaka, a Abrasel decidiu recorrer à Justiça no início de julho, após ser retirada das discussões pela Prefeitura de BH. 

“Entramos com esse mandado porque fomos excluídos da mesa de negociação. Só em Belo Horizonte, foram fechados mais de 3 mil bares e restaurantes, e mais de 22 mil empregos perdidos”, destaca o presidente do Conselho de Administração da Abrasel.

De acordo com Nonaka, a Abrasel recebeu a decisão judicial “sem comemoração”, mas com “tranquilidade”, diante dos 14.001 casos confirmados e 343 mortes por COVID-19 em BH. 
 

A liminar 

 

A decisão liminar é do juiz Wauner Batista Ferreira, vinculado ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais. O valor da causa é de R$ 1 milhão. 



 

Ainda na ação, o juiz aciona o Ministério Público e a Câmara de BH para que o prefeito Alexandre Kalil (PSD) seja investigado por "atos de improbidade administrativa" e por "legislar por decretos", ao se referir ao atual decreto que não permite o funcionamento de atividades não essenciais, entre elas bares e restaurantes.

 

O assunto da ação ganhou a classificação de "abuso de poder". 

 

Caso a prefeitura intervenha no funcionamento desses estabelecimentos estará sujeita à multa de R$ 50 mil por cada interferência.  

 

Ainda na ação, a Justiça condiciona o funcionamento das lanchonetes e restaurantes a 12 "protocolos sanitários". Confira quais são:

No caso dos bares, o juiz decidiu que esses estabelecimentos devem respeitar os cinco primeiros tópicos acima. Além disso, só poderão vender bebidas para consumo externo. 

 

Assim, o consumo de bebidas nas dependências ou imediações dos bares ainda está proibida.