Jornal Estado de Minas

MOVIMENTO 'NORMAL'

Praça Floriano Peixoto registra desrespeito ao isolamento social em BH

Ginástica, caminhada e brincadeiras como se nada estivesse acontecendo. Belo Horizonte atingiu nesta terça-feira (21) 14.089 casos de COVID-19. Segundo o mais recente boletim epidemiológico divulgado, 378 vidas foram perdidas na capital mineira desde o começo da pandemia. Mesmo assim, cenas de desrespeito ao decreto de distanciamento social têm sido frequentes em locais públicos da cidade.



Na tarde de segunda-feira, a reportagem do Estado de Minas flagrou crianças, jovens e idosos fazendo atividades na Praça Floriano Peixoto, na Região Leste de BH, contrariando recomendações das autoridades de saúde sobre isolamento e distanciamento social.

Algumas pessoas também não usavam máscara cobrindo o nariz e a boca – medida avaliada por cientistas de todo o mundo como eficaz no combate à disseminação do novo coronavírus.

A praça não foi bloqueada como outras mais movimentadas de BH. Ainda em abril, grades foram instaladas nas imediações das praças Juscelino Kubitschek, da Liberdade, do Papa, e Carlos Chagas (da Assembleia) – todas localizadas na Região Centro-Sul.



"Excepcionalmente, a prefeitura está restringindo o uso de alguns espaços públicos da cidade. Essa é uma medida que busca proteger a saúde pública e evitar a criação de ambientes de proliferação da COVID-19", disse o comunicado do Executivo municipal na época.

A prefeitura respondeu à reportagem que não instalou grades na Praça Floriano Peixoto pois não considera um local de concentração significativa de pessoas.

"A Prefeitura de Belo Horizonte esclarece que colocou gradis em praças e vias com grande potencial de aglomeração. Em outros locais, onde não se registram altos números de pessoas praticando atividades físicas e esportes ao livre normalmente, a PBH conta com a fiscalização dos agentes municipais e com a colaboração da população".

Mapa informativo que mostra a situação de Minas Gerais com o COVID-19 (foto: Mapa informativo que mostra a situação de Minas Gerais com o COVID-19)


Em nota, a Secretaria Municipal de Segurança e Prevenção informou que "a conscientização da população tem sido o principal objetivo dos guardas municipais durante as abordagens a comerciantes e, sobretudo, a populares em todos os espaços públicos da capital, incluindo a Praça Floriano Peixoto".


De acordo com a pasta, desde 20 de março até hoje, a Guarda Municipal realizou 39.227 abordagens de orientação a estabelecimentos comerciais, empresas e a populares em espaços públicos da capital.

Cenas frequentes

Dados da Secretaria de Estado de Saúde mostram que Minas tem 95.566 casos confirmados de COVID-19 e 2.071 vidas foram perdidas pela doença provocada pelo coronavírus.

Apesar disso, no final de semana, a reportagem do EM mostrou partidas de futebol, de vôlei e até bailes em diferentes regiões da cidade.

No domingo foi a vez dos ‘domingueiros’ ignorarem determinações do poder público criadas para tentar conter a expansão da doença, que está em seu momento mais crítico em Minas Gerais.