A parcela da população mais vulnerável à infecção causada pelo novo coronavírus em Belo Horizonte é formada por pretos e pardos. É o que mostra o boletim epidemiológico da Prefeitura de BH divulgado nesta quinta-feira (23).
Pela primeira vez, o Executivo municipal informou o número de mortes por raça. Pretos e pardos concentram 249 dos 417 óbitos confirmados na cidade até aqui: 59,7% do total.
Também morreram 126 brancos (30,2%), um amarelo (0,3%) e 41 pessoas sem raça informada. Ainda não há indígenas mortos pela COVID-19 na capital mineira.
De acordo com o documento da prefeitura, são 16.100 casos confirmados na cidade: 1.428 estão ativos e 14.255 pacientes não apresentam mais sintomas, além dos 417 mortos.
São 6.880 pretos e pardos infectados até esta quinta-feira: 42,7% do total. Os brancos representam 33,2% dos diagnósticos: 5.345 pessoas. Ainda estão entre as vítimas da pandemia 1.463 amarelos (9,1%), 20 indígenas (0,1%) e 2.392 moradores sem raça informada.
Esses números permitem concluir que a taxa de letalidade entre os pretos e pardos (porcentagem dos infectados que morrem) em BH é de 3,6%. Entre os brancos, esse indicador é bem mais baixo: 2,3%.
Vale ressaltar, para efeito de comparação, que as duas taxas estão abaixo da letalidade média do Brasil. De acordo com o Ministério da Saúde, o índice atual é de 3,7%.
Por outro lado, a letalidade de pretos e pardos e de brancos em BH está além da mineira em geral, fixada em 2,1%, conforme o boletim desta quinta.
Regionais
Em comparação ao boletim anterior, divulgado na quarta (22), BH registrou 18 mortes nas últimas 24 horas. São 417 óbitos. Desses, 61 aconteceram em Venda Nova, a Região mais prejudicada pela COVID-19 até aqui.
Na sequência, aparecem Nordeste (54), Noroeste (50), Centro-Sul (47), Barreiro (45), Oeste (43), Leste e Pampulha (40) e Norte (37).
Leitos
No quesito leitos, as ocupações das enfermarias e UTIs para COVID-19 caíram pelo segundo dia consecutivo no SUS-BH: respectivamente, 75% e 87%. Em ambos os casos, a queda foi de dois pontos percentuais em relação ao balanço anterior.
Tanto nas UTIs quanto nas enfermarias houve ampliação na oferta de leitos para pacientes infectados: uma unidade de terapia intensiva e 16 enfermarias a mais que no levantamento anterior.
Vale ressaltar que os dados dizem respeito ao quadro do dia anterior à divulgação do boletim, portanto quarta-feira (22).
Com isso, 837 das 1.115 enfermarias para a doença estão em uso no sistema de saúde pública de BH. Ao mesmo tempo, 355 das 408 UTIs do mesmo tipo estão ocupadas na cidade.