O Movimento Mineiro pelos Direitos Animais (MMDA) entrou nesta terça-feira (28) com representação no Ministério Público de Minas Gerais reivindicando capacitação e infraestrutura para que policiais tenham condições de atuar de forma adequada em situações envolvendo animais de diversas espécies, como no caso do boi morto por militares de Passos, no Sul de Minas, a tiros de fuzil.
O boletim de ocorrência foi feito por protetoras de Passos e enviado ao MMDA, que juntou um documento técnico elaborado por equipe de médicos veterinários orientando como deve ser a capacitação e a infraestrutura adequadas a esse trabalho.
"É fundamental que haja ação integrada entre os órgãos governamentais para o correto manejo de animais nas mais diversas situações, para que não mais ocorram casos como o boi de Passos", ressalta Adriana Araújo, ativista pelos direitos animais.
Boi atingiu um homem
Em 23 de julho, um boi fugiu depois de assalto a uma fazenda, e acabou morto ao ser encurralado na cidade por policiais militares em Passos.
De acordo com a denúncia feita pelo MMDA, o animal conseguiu escapar depois que criminosos assaltaram a casa da fazenda e, na fuga, deixaram a porteira aberta.
O animal, então, saiu da área rural em direção à cidade. Lá, atingiu um homem, que precisou de ser levado para o hospital.
Ainda segundo o MMDA, o boi seguiu e parou próximo à delegacia da Polícia Civil de Passos, onde policiais o amarraram a um caminhão. Foi quando, de acordo com a denúncia, policiais militares decidiram matá-lo "da pior forma possível", segundo uma testemunha que estava no local e preferiu não se identificar.
Segundo ela, não fizeram o isolamento adequado, deram tiros de fuzil com muitas pessoas em volta.
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O que disse a Polícia Militar
A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), por meio do 12º Batalhão, soltou nota informando que "um boi, extremamente arredio e desorientado, se encontrava solto na área central da cidade e atacou inúmeros transeuntes que passavam pelo local, vindo um deles, um senhor de 70 anos, a sofrer uma fratura no fêmur, sendo conduzido em estado grave à Unidade de Pronto Atendimento UPA."
Em nota, a corporação ainda informa que "após exauridas todas as possibilidades de contenção/captura do animal, e ainda levando em consideração a gravidade, agressividade e o extremo perigo que o animal oferecia aos transeuntes e moradores locais, fez-se necessário, o disparo de arma de fogo e abate do bovino, conforme preconiza os protocolos de atuação policial militar em casos de utilização de arma de fogo".