O repositor de supermercado João Silva, de 56 anos, conta que toma até seis lotações todos os dias - três de ida e três de volta. . Entre as linhas que usa com mais frequência, citou a 809 (Estação São Gabriel/Belmonte), a 8551 (Estação São Gabriel/Estação UFMG via Anel Rodoviário) e a S81 (Circular Nordeste). Na manhã de terça (28), quando foi abordado pela reportagem do Estado de Minas no Centro de BH, disse que saiu de casa mais tarde do que de costume – por volta de 9h – para resolver problemas pessoais, aproveitando a folga do trabalho.Esperava, com isso, encontrar coletivos mais vazios, já que saiu fora do horário de pico, mas se decepcionou.
“Está uma vergonha. Para esses políticos entenderem o que a gente passa, tinham que andar todos de ônibus, junto com suas mulheres, filhos e os netos”, afirma. “Ninguém pensa que gente como eu, por exemplo, não tem como se isolar. Eu tenho neto, tenho esposa. Moro com eles. Cheguei a ficar dois dias afastado por suspeita de COVID-19, mas não acusou no teste. Uma hora, eu acabo pegando a doença”, acrescenta.
A doméstica Eliones Menezes, de 53 anos, compartilha da mesma insegurança. Usuária das linhas 3051 (Flávio Marques Lisboa/Savassi) e 301 (Estação Diamante/Novo Santa Cecília), ela conta que, por vezes, as viagens ultrapassam o número de pessoas em pé permitidas pelo decreto 17.362, editado em 22 de maio - no máximo, dez usuários, no caso dos coletivos convencionais. “A gente vem espremido, não tem jeito de não encostar uns nos outros. O risco é muito grande”, analisa.
BHTrans responde
O acordo anunciado pela PBH em 23 de julho para ampliar as viagens de ônibus na cidade previa aumento de 15% na circulação dos coletivos, que caiu 40% desde o início da pandemia. O aditivo fixa o repasse de R$ 30 milhões da prefeitura às concessionárias no período de 90 dias. Em contrapartida, as empresas vão oferecer créditos de transporte aos servidores municipais.
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O que é o coronavírus
Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.Vídeo: Por que você não deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp
Como a COVID-19 é transmitida?
A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.
Vídeo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronavírus?
Como se prevenir?
A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
Vídeo: Flexibilização do isolamento não é 'liberou geral'; saiba por quê
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.
Vídeo explica porque você deve aprender a tossir
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Mitos e verdades sobre o vírus
Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.
Coronavírus e atividades ao ar livre: vídeo mostra o que diz a ciência
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