A falta de medicamentos ameaça ao menos 86 pacientes internados com complicações decorrentes da COVID-19 no Instituto Mário Penna, em Belo Horizonte. Segundo a instituição filantrópica, que contabiliza mais de 70% de clientes oriundos do SUS, fármacos utilizados em procedimentos como intubação e combate a infecções oportunistas que acometem os infectados pelo novo coronavírus estão em falta ou são vendidos a preços abusivos no mercado. Diante desse cenário, o hospital pede apoio do estado para adquirir os insumos e evitar o desabastecimento.
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O Instituto Mário Penna - formado pelos hospitais Mário Penna e Luxemburgo - dispõe, no momento, de 270 leitos - 46 de CTI e 224 de enfermaria. De acordo com a instituição 95 dessas vagas estão mobilizadas exclusivamente para a pandemia, com 90% de lotação. Em 3 de julho, o filantrópico chegou a cancelar a realização de cirurgias oncológicas agendadas também por falta de sedativos e relaxantes musculares, escassos desde o início da pandemia.
SES-MG nega desabastecimento
Questionado pelo Estado de Minas, o Secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral minimizou o risco de desabastecimento no estado. Segundo Amaral, os estoques da rede Fhemig (Fundação Hospitalar de Minas Gerais), atualmente, “têm uma tendência à normalização” e estariam “bem-abastecidos”. A situação dos prestadores de serviço do SUS - caso do Mário Penna - também não seria preocupante. “De uma forma geral, o que nós estamos vendo é que a grande maioria dos prestadores já estão conseguindo adquirir medicamentos. Inclusive, já recebemos solicitações no sentido de liberarmos cirurgias eletivas porque eles estão com estoque abastecido para operação de longo prazo”, garantiu o dirigente em coletiva virtual realizada na tarde desta quarta-feira (29).
O secretário não informou se governo estadual vai socorrer o Mário Penna, mas mencionou a criação de um estoque regulador para atender os hospitais com dificuldade de comprar os insumos em falta no mercado. “Um ou outro prestador pode vir a ter dificuldade de compra. E, nesse sentido, o estado vai tentar ter um estoque regulador, que não tem como ser para todos os prestadores. Eles devem comprar diretamente dos distribuidores”, afirmou.
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