Jornal Estado de Minas

PANDEMIA

Kalil sobre retomada das atividades: 'Estou um pouco animado com os números'

Representantes dos lojistas da capital se reuniram com o prefeito Alexandre Kalil (PSD), na Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), na tarde desta quinta-feira (30), em busca de um acordo para que os estabelecimentos tenham autorização para reabrir as portas. 



"Saio muito feliz dessa reunião porque desde que entrei pra política descobri que tudo se resolve com diálogo. O Sindicato de Lojistas de Belo Horizonte (Sindilojas) continua do lado da prefeitura", disse Kalil logo após o encontro. 

O prefeito vê de forma positiva os números epidemiológicos da pandemia na capital. “Ando um pouco animado com os números e volto a pedir a colaboração da população porque tem muito funcionário sofrendo, muito empresário sofrendo e quanto mais a gente que puder ficar em casa, ficar em casa, será melhor pra todos nós”, declarou.

O chefe do Executivo municipal ressaltou que ainda não há previsão para reabertura de nenhum setor. "A partir desta semana começamos com números mais animadores apesar do índice alto de ocupação (de leitos)".



Kalil informou que os secretários vão conceder uma coletiva de imprensa nesta sexta-feira (31), mas não mencionou qual será o assunto. "Não tem astrologia aqui, vamos reunir, sentar, conversar. Todos serão informados dos números da ciência", lembrou, ressaltando o pedido à população de manter o isolamento social. "Queria pedir ao povo que fique em casa porque estamos começando a ver uma luz no fim do túnel", finalizou.

A intenção dos lojistas era aproveitar a proximidade do Dia dos Pais para reabrir o comércio e evoluir nas vendas. Apenas serviços essenciais estão autorizados a funcionar em Belo Horizonte. O Sindicato de Lojistas de Belo Horizonte (Sindilojas-BH), por exemplo, aposta na proposta de quatro dias de portas abertas e três fechadas. Shoppings ficariam abertos de quarta a sábado, enquanto os demais estabelecimentos funcionariam de terça a sexta.

Após a reunião, o presidente do Sindilojas-BH, Nadim Donato, disse que a reunião serviu para pedir ao prefeito que abra o comércio "urgentemente". " Nós não vamos romper com a prefeitura. Viemos explicar o que estamos passando. É muito sofrimento", explicou. "Não estamos aguentando mais. O comércio não tem dinheiro para pagar funcionário. Já mandamos embora mais de 50% do nosso quadro de funcionários. Precisamos começar a abrir o mais rápido possível", lamentou.



Nadim avalia que seria positivo se o comércio retomasse em 4 de agosto. "Mas ainda não tivemos uma resposta. Ainda estamos com esperança de pegar um pouco do fluxo do Dia dos Pais", disse, ressaltando o desejo de que todos os setores sejam liberados em caso de reabertura.

"Estamos entendendo que vamos abrir todos juntos. Isso é fundamental. Acho que ele (Kalil) entendeu isso. Mas a data depende da ocupação de leitos de UTI de COVID-19", acrescentou.

Ocupação de leitos


No entanto, o vilão da reabertura continua sendo as taxas de ocupação dos leitos de UTI. De acordo com o boletim epidemiológico divulgado pela PBH nessa quarta, os dados relativos de terça apontam que 91% das vagas de UTI COVID da Rede SUS estão ocupadas na capital, superando o índice de 70%, o que significa que Belo Horizonte está na zona vermelha. Os leitos de enfermaria COVID apresentam 69% de ocupação.

Ainda de acordo com o boletim, a capital mineira soma 482 óbitos pela COVID-19. Trata-se do mesmo número divulgado na terça. Já o número de casos saltou de 18.415 para 19.112.