A área que abrange o Complexo de Trilhas das Perdidas, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, está a um passo de ser convertida em unidade de conservação ambiental. Nessa quarta-feira (29), a Vale, proprietária de parte do terreno, deu aval à transformação. Falta, agora, o consentimento de outra mineradora, a AngloGold Ashanti, dona da outra parcela do espaço.
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Depois de 24 horas sem registro, BH volta a ter mortes por COVID-19Plano de saúde terá de fornecer tratamento domiciliar a paciente tetraplégicoReabertura de bares: PBH amplia para 70 as ruas que poderão ser fechadas, diz sindicato Kalil sobre retomada das atividades: 'Estou um pouco animado com os números'Para o presidente do órgão e secretário de Meio Ambiente da cidade, Danilo Vieira Júnior, transformar o espaço em unidade de conservação é essencial para unir diversas áreas preservadas entre as bacias do Rio das Velhas e do Rio Paraopeba. As trilhas estão no corredor ecológico do Vale do Mutuca.
“Na bacia do Paraopeba, há muitas áreas protegidas, como o Parque do Rola-Moça. O trecho de Perdidas seria a conectividade com outras áreas de conservação, como a Serra do Gandarela”, explica. “É uma área que tem grande apreço da sociedade civil, não só pelo valor ambiental, mas pela questão turística”, diz Danilo.
A preservação de Perdidas é pauta das reuniões do Codema há cerca de um ano. Durante o processo de discussão, entidades como a ProMutucas, a Associação Mountain Bike BH, o Projeto Trilhas e Associação dos Condomínios Horizontais (ACH) defenderam a transformação do espaço em unidade de conservação.
Para Frederico Lanna, que milita nas entidades e compõe o Codema, o reconhecimento é importante para a valorizar o local de “nascimento” do mountain bike na região.
“É a trilha mais importante da Região Metropolitana. Reconhecer que, além da trilha, toda a área é relevante ambientalmente e para a prática do esporte, mostra a vocação de Nova Lima para o esporte e para o turismo”, projeta.
O que falta?
A prefeitura novalimense aguarda a sinalização positiva da AngloGold para iniciar os trâmites rumo à oficialização. Segundo o secretário de Meio Ambiente, Executivo municipal e mineradora tiveram conversas animadoras na semana passada.
“Para o município, ficaria muito complicado criar unidades de conservação indenizando as empresas pelos territórios. É uma área muito grande”, diz.
Procurada pelo Estado de Minas, a AngloGold confirmou, por meio de nota oficial, a existência de diálogos sobre a questão.
“Mantendo sempre o diálogo aberto com a comunidade e os órgãos públicos, a AngloGold Ashanti mantém conversa com o Município sobre está área, visando a compatibilidade com os projetos de interesse da empresa naquela região e as propostas de conservação”.