Os consumidores de BH pretendem gastar 23,9% menos em presentes para o Dia dos Pais que no ano passado , apontou pesquisa do Índice de Confiança do Consumidor ICC-BH, divulgado pela Fundação Ipead nesta sexta-feira. O mais baixo dos últimos cinco anos. Apenas 33,81% responderam que vão presentear. Os resultados se referem ao mês de julho, e mostraram uma pequena melhoria da confiança do consumir (35,2%), o maior índice observado após a implementação de medidas de combate à pandemia do COVID-19 (abril/30,76%, maio/33,44% e junho/ 33,15%). Entretanto, essa pontuação demonstra ainda um alto grau de pessimismo, segundo a coordenadora do setor de pesquisas da Fundação, Thaize Martins.
Entre aqueles que disseram que pretendem gastar para presentar seus pais, o valor médio do presente também é o menor em cinco anos, e 7,5% a menos (R$79,58) em relação a 2019, que foi de R$ 86,08.
A faixa "valor para presentes de R$ 101 a R$ 150” foi a mais citada, representando 35% dos consumidores que pretendem presentear em 2020.
Os números são reflexo do momento de incertezas diante da pandemia. Segundo a coordenadora Thaize Martins, "as pessoas estão reduzindo gastos extras, poupando mais, tem ainda a questão do comércio fechado prejudicando o apelo para a data que não aconteceu."
As pessoas acostumadas às compras de última hora não conseguem o mesmo resultado via internet. Entre os que querem presentear, explica Thaize, "há um novo perfil de compradores, pela internet. E nem todos estão abertos a esse perfil, uma vez que precisam olhar com antecedência, calcular preço de frete, prazo de entrega".
Mesmo com o índice de confiança do consumidor apresentando uma pequena melhora em comparação com o mês de junho, a queda acumulada no ano antigiu 27%, resultado que aponta para muitas famílias que tiveram quedas significativas ou perda nos rendimentos.
Essa sensível elevação da confinaça é atribuída pela pesquisadora à percepção de alguma melhoria macro econômica do país e redução das incertezas do início da pandemia. "Há uma certa acomodação com o 'novo normal', no início tudo era muito assustador, as pessoas vão se acalmando, se adpatando a um novo ritmo, e começa a ter perspectivas futuras, com notícias sobre vacinas, outras capitais reabrindo, gerando sensação que o futuro pode voltar mais rápido."
Foram entrevistados 210 consumidores. A novidade é que a pesquisa passou a ser por telefone, devido à quarentena. Antes os entrevistados eram abordados nas ruas e deixavam seus contatos. "Com isso criamos um catálogo que nos permtitiu reintrevistar alguns que responderam à pesquisa anteriores."
Segundo a coordenadora do Ipead, os resultados obtidos com a pesquisa de pretensão de compra para o Dia dos Pais permitem ao empresário do comércio varejista avaliar as opiniões e as expectativas dos consumidores em tempo real e planejar melhor o seu negócio em termos de estoques, contratações e investimentos.