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Estado de Minas EDUCAÇÃO

Pesquisa revela que mais da metade das escolas em Minas não tem acesso à internet

De acordo com o estudo, Minas Gerais é o sexto estado com ensino mais conectado do país; o primeiro é o Rio Grande do Sul e o Acre ocupa a última posição


31/07/2020 19:10 - atualizado 31/07/2020 19:32

Menos de 10% das cidades brasileiras possuem 100% das escolas com computadores conectados à internet(foto: Pixabay/Reprodução)
Menos de 10% das cidades brasileiras possuem 100% das escolas com computadores conectados à internet (foto: Pixabay/Reprodução)
Diante da atual pandemia do novo coronavírus, um estudo recente mostrou que o Brasil não tem condições concretas para realizar o ensino a distância tanto no caso de escolas públicas quanto privadas. De acordo com a pesquisa, apenas um terço das instituições de ensino brasileiras tem computadores para uso dos alunos. Em Minas, mais da metade das escolas (53%) não tem acesso à internet. Além da limitação estrutural, outros desafios também foram apontados pelo estudo no que diz respeito ao ensino remoto no Brasil.

De acordo com a pesquisa realizada pela Kairós Desenvolvimento Social, Minas Gerais é o sexto estado com ensino mais conectado do Brasil. O Rio Grande do Sul ocupa a primeira posição, seguido por Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. Entre as cidades mineiras, Belo Horizonte tem mais da metade (63,4%) das escolas com internet disponível para uso dos alunos. A capital ocupa o 202º lugar entre os 853 municípios do Estado.

Menos de 10% das cidades brasileiras possuem 100% das escolas com computadores conectados à internet. O levantamento mostrou que a disparidade entre regiões é expressiva: no Acre, apenas 8,3% das instituições de ensino possuem essa condição, enquanto no Rio Grande do Sul, 66,3% das escolas dispõem dos equipamentos.

Além da falta de estrutura para a realização do ensino a distância, a pequisa também expôs que há uma limitação educacional no Brasil, considerando que as escolas não são capazes de desenvolver, com os alunos, orientações sobre o uso da internet e seus riscos. “O ensino a distância, como ferramenta auxiliar, virou um improviso, além de os estudantes não desenvolverem capacidades de uso criativo e produtivo da internet, ou de identificar e combater fake news e abusos”, opinou o diretor da Kairós e doutor em Filosofia pela Universidade de São Paulo, Elvis Cesar Bonassa.

Na tentativa de reverter o grande atraso digital do país, a pequisa reforçou que as escolas devem planejar formas de integrar a internet ao processo educacional. Capacitação de professores, metodologia de uso e diretrizes educacionais foram alguns dos pontos citados pela Kairós. “A escola não deve “se adaptar” ao mundo digital, deve sim integrá-lo como parte de sua metodologia. Sem isso, colocar computadores rapidamente nas escolas vai ser apenas um grande negócio de compra”, esclareceu o estudo.

O ensino remoto no Brasil tem encontrado dificuldades para ser aplicado de maneira ideal. Além das reclamações por parte dos alunos, os professores também se mostram desconfortáveis e insatisfeitos com o sistema. Uma pesquisa recente, realizada pelo Instituto Península, mostrou que 83% dos professores reconhecem estar despreparados para utilizar ferramentas digitais. Mais da metade dos docentes, 67%, declararam sofrer quadros de ansiedade diante da necessidade do uso da internet para as aulas virtuais.

De modo geral, a pesquisa frisou a necessidade de que as escolas se integrem ao mundo digital. “Exige planejamento e visão sistêmica, definição de estratégias pedagógicas e operacionais para modernização do sistema de educação. Muito mais do que colocar computadores nas escolas, trata-se de colocar as escolas na era digital”, pontuou a empresa responsável pela pesquisa. A preparação e capacitação dos professores também são pontos essenciais para o sucesso do ensino a distância.

 




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