"A BR-381 é uma prioridade do governo federal". Com essas palavras o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, inaugurou nesta segunda-feira 7 km da obra de duplicação da rodovia, entre os quilômetros 411 e 419, em Nova União, Região Metropolitana de Belo Horizonte. Conhecida como Rodovia da Morte, devido ao grande número de acidentes graves, a estrada tem 315 quilômetros entre BH e Governador Valadares, Região Leste do estado, é acesso ao Vale do Aço e a Vitória, no Espírito Santo.
Tarcísio de Freitas disse que até dezembro será entregue o Lote 3.1 da obra, subtrecho situado entre o trevo de Jaguaraçu e Ribeirão Prainha, somando 66 quilômetros de duplicação. "Em agosto, enviaremos estudos ao Tribunal de Contas da União (TCU) para a concessão de outros trechos (ao setor privado) agregando a BR-262, no Espírito Santo. E nesses dois trechos serão duplicados 595 km de rodovia, um investimento de R$ 10 bilhões."
A promessa de conclusão de parte da duplicação da rodovia é mais um capítulo de uma novela que já dura mais de uma década. Começou em 2008, quando o projeto de melhoria da estrada foi incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do então governo Lula. De lá para cá, outras promessas de terminar a duplicação feitas pela administração do petista e também pela sua sucessora, Dilma Rousseff, acabaram não cumpridas. Os recursos federais não chegaram na mesma velocidade esperada e empresas abandonaram o projeto.
Tarcísio de Freitas pôde conhecer um pouco os riscos que a rodovia oferece aos motoristas. Ele viajou de carro de BH até o trecho duplicado, acompanhado por uma comitiva de prefeitos e parlamentares. Embora escoltado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), ele pôde observar o caos da rodovia: trânsito pesado de caminhões, ônibus, excesso de curvas, pontos sem acostamentos, poucas possibilidades de ultrapassagem, sistema pare-siga implantado em trechos com obra, e uma sucessão de retenções no tráfego.
O ministro reconheceu que Minas Gerais precisa de um "olhar especial", por abrigar a maior malha rodoviária do país, com mais de 10 mil quilômetros. Sobre a BR-381, disse que se trata de uma obra complexa que, "quando concluída, irá beneficiar toda população. Essa duplicação irá diminuir o número de acidentes, além de beneficiar as regiões do Vale do Aço e regiões produtoras", destacou.
Com a entrega do novo trecho, o lote está com mais da metade das obras concluídas. De um total de 37,5 quilômetros, 22 quilômetros de pista duplicada estão abertos ao tráfego. Também foram finalizadas as 11 obras de arte especiais previstas (OAE) neste trecho: seis pontes, dois viadutos e três passarelas para travessia de pedestres.
“As obras de duplicação e modernização da BR-381 em Minas Gerais, que incluem a diminuição do raio de algumas curvas, ou a eliminação das mesmas, vão aumentar a segurança dos usuários da rodovia e contribuir para o desenvolvimento da economia da região”, afirmou o diretor-geral do Departamento Nacional de Infra Estrutura Terrestre - Dnit, general Santos Filho.
O DNIT é responsável por quatro de um total de 11 lotes das obras de duplicação e melhoramentos no segmento localizado entre Belo Horizonte e Governador Valadares. Com 28,6 quilômetros de extensão, o lote 3.1 apresenta 12,7 quilômetros contínuos de pista duplicada concluídos, incluindo os túneis Antônio Dias e Prainha.
Os demais lotes, informa o Dnit, também passarão por obras de duplicação, mas o processo será realizado através do programa de concessão desenvolvido pelo Governo Federal, por meio do Ministério da Infraestrutura.