Jornal Estado de Minas

PESQUISA

Universitários da rede privada de MG querem aulas presenciais depois da pandemia

A maioria dos estudantes de universidades particulares de Minas Gerais prefere ter aulas somente presenciais depois da pandemia do novo coronavírus, aponta estudo da startup de soluções financeiras para educação PRAVALER. O levantamento concluiu que 81% dos universitários mineiros matriculados na rede particular querem voltar à rotina normal dos cursos presenciais, sem aulas on-line, quando não houver mais necessidade de isolamento social. 





 

Por outro lado, 15% preferem ter aulas presenciais e virtuais, no chamado modelo híbrido.  E 4% preferem ter apenas aulas remotas, mesmo quando a pandemia passar. A pesquisa ouviu 955 estudantes do ensino superior privado em todas as regiões do Brasil, entre 9 e 16 de junho. 
 

Problemas 

 
Outros dados do estudo ajudam a entender preferência da maioria. De acordo com a pesquisa, o isolamento social imposto para conter a COVID-19 obrigou o primeiro contato com o ensino virtual para 80% dos entrevistados. Enquanto isso, segundo 59% dos participantes, a qualidade dos cursos caiu no período de quarentena. 
 
Além disso, a falta de contato pessoal com colegas e professores foi apontada por 46% dos entrevistados como um aspecto negativo do sistema de ensino remoto. A falta de local adequado para estudar foi um problema para 31% dos estudantes. 




 
A pesquisa também percebeu que os universitários mineiros estão estudando menos tempo por semana, mesmo com as faculdades mantendo a carga horária. No caso de 40% dos entrevistados, o tempo de estudo semanal é de duas a oito horas. No outro extremo, 21% afirmam que estudam entre nove e 17 horas por semana.  
 

Comparação com o EAD 

 
A avaliação dos estudantes sobre as aulas on-line durante a pandemia não se trata de uma percepção sobre o ensino a distância tradicional, já comum antes da crise de saúde. A análise é do sócio-diretor de estratégia de negócio do PRAVALER, Rafael Baddini. 
 
Segundo o executivo, o primeiro e único contato com a modalidade foi algo emergencial. "O que vimos foi, basicamente, a metodologia presencial transmitida remotamente, quando a EAD tem formatos próprios e diferenciados", argumenta. Baddini acredita que o sistema híbrido de aulas deve se consolidar em um futuro próximo. 
 
“Ele mescla aulas remotas com conteúdo de qualidade e atividades práticas e em grupo, presenciais, garantindo a convivência dos alunos, mas ainda mantendo os benefícios da tecnologia. É como um trabalho remoto, com idas periódicas ao escritório para reunir todo o time”, explica. 
 
Por enquanto, o executivo acredita que o coronavírus deve despertar as escolas e faculdades para o fato que o nível de exigência dos alunos será maior e é preciso melhorar o sistema atual. 
 
*Estagiário sob supervisão da editora Liliane Corrêa