Uma nova atribuição para a hidroxicloroquina, até aqui pouco discutida pela mídia e pela sociedade. Uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) vai recrutar 1 mil profissionais de saúde pública de Belo Horizonte para verificar o uso do remédio na prevenção à COVID-19.
A grande novidade do estudo é que o trabalho não gira em torno do combate da cloroquina à infecção: aqueles pacientes já diagnosticados com a COVID-19. Essa atribuição do fármaco até aqui ainda não tem comprovação científica.
Os pesquisadores desejam verificar se a cloroquina ajuda a prevenir ou diminuir a gravidade da doença entre pessoas que estejam saudáveis, mas em alto risco de infecção.
É nesse momento que entram os servidores da saúde: por estarem na linha da frente, eles estão vulneráveis ao vírus a todo momento. Até o último boletim da prefeitura, só em BH são 913 casos confirmados da doença.
Vão participar dos trabalhos servidores dos hospitais das Clínicas, Eduardo de Menezes e Júlia Kubitschek e da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Centro-Sul.
Eles serão divididos em dois grupos: um que receberá doses semanais (600 miligramas) do remédio e cuidados médicos; e outro sujeito apenas a acompanhamento médico.
Serão realizados exames de sangue e eletrocardiograma. O protocolo, a partir daí, é simples: se o servidor apresentar sintomas da COVID-19 receberá atendimento médico remoto e, na sequência, por um teste para detecção do novo coronavírus.
Se o resultado for positivo, o paciente passará por exames para verificar quais os efeitos da presença ou ausência da cloroquina no corpo dele. O intuito é fazer o comparativo entre aqueles que receberam o medicamento e aqueles que não.
O financiamento vem a partir de três entidades: Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).