“Sem a música, a vida seria um erro”. O pensamento do filósofo alemão Friedrich Nietzsche tem mudado a rotina de confinamento de idosos da cidade de São José da Lapa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, por conta da COVID-19. Há uma semana, um projeto da prefeitura leva música para o grupo mais afetado pelo isolamento social. De posse de violas e diversos instrumentos musicais, seresteiros fazem a alegria de quem teve que se afastar do convívio de filhos e netos.
Marlece de Oliveira tem 75 anos, três filhos e desde 15 de março não sai. Sem o convívio que tinha com parentes e amigos, ela recebeu nesta semana o grupo de seresteiros da Secretaria Municipal de Saúde e se emocionou.
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COVID-19: confira os bairros de Vespasiano com o maior número de casosCOVID-19: governo de Minas atribui recorde de mortes à nova forma de notificar COVID-19: idosos de asilo são transferidos para creche após seis testarem positivoMorre, em Belo Horizonte, padre Flávio Campos, da Igreja São JoséOito idosos livres da COVID-19 são recebidos com festa em Borda da MataCadernos de colorir levam alegria a idosos em tempo de pandemia“Ah, ganhei meu dia! Eu fiquei muito feliz porque eles falaram coisas muito bonitas para a gente. Isso mudou meu dia”, conta a pensionista que, desde que iniciou o isolamento, passa os dias a ver televisão, ouvir música, costurar máscaras e rezar. “Nesse momento a gente se agarra na fé. Meus netos estão longe, não posso vê-los. Moro com um dos meus filhos e ela que vai todos os dias comprar as coisas de que preciso”, completa.
De acordo com Luciana Latorre, coordenadora de Atenção Primária e responsável pelo projeto, o distanciamento social teve um impacto maior entre os idosos. “Eles frequentavam as Unidades de Saúde de forma assídua e com um vínculo bem consolidado dentro do programa de ações preventivas e promocionais que já ocorriam junto às equipes do município. Com a pandemia este vínculo sofreu redução e os usuários iniciaram com quadro depressivo. Sendo assim, surgiu a ideia de dar um abraço através da música nesses idosos, aquecendo os corações, levando a esperança e alegria na porta de suas casas, com a certeza de que tudo isso passará e tão logo iremos nos reencontrar”.
Os músicos também levaram um pouco de alento aos 22 idosos que vivem no Lar Santa Terezinha. O administrador do espaço, Erly Gonçalves, afirmou que o confinamento tem deixado os moradores do asilo inquietos e que a seresta trouxe calma e paz aos internos. “Aqui no Lar a gente sempre fazia alguma confraternização, alguma festa. Mas desde que o COVID-19 chegou ao Brasil eu apliquei o isolamento para proteger os idosos. Ninguém aqui pegou a doença. Mas o isolamento quebrou essa rotina de festa e os idosos ficaram meio nervosos, inquietos. A música trouxe alegria para eles, que bateram palma, cantaram e querem mais”.
Latorre ressalta a grande aceitação do projeto e adianta que ele será ampliado. Pelo menos 600 idosos devem receber a visita dos músicos e as apresentações, que estavam programadas até o dia 18, serão estendidas.
A iniciativa, no entanto, não está afetando apenas a rotina dos idosos. Os músicos da cidade, que ficaram sem trabalho por conta do fechamento das atividades comerciais, foram contratados pela prefeitura e recebem um auxílio para participar das apresentações. Na segunda semana de agosto, um trio elétrico também deve percorrer vários bairros da cidade, levando música para a população.
COVID-19 em São José da Lapa
De acordo com o último boletim epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde, emitido nesta terça-feira, há 217 casos confirmados de COVID-19 em São José da Lapa, destes 178 já se encontram curados, e 9 óbitos. O bairro da Dom Pedro I lidera o número de casos e de óbitos: são 75 casos confirmados e 4 mortes. Em seguida estão os bairros da Cachoeira, com 40 casos e três mortes; Centro e Jardim Encantado, com 29 confirmações cada; Inácia de Carvalho, com 15 casos; e Nova Granja, com 11 casos.
Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
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Como a COVID-19 é transmitida?
A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.Vídeo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronavírus?
Como se prevenir?
A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.Vídeo: Flexibilização do isolamento não é 'liberou geral'; saiba por quê
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam:
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
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Mitos e verdades sobre o vírus
Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.Coronavírus e atividades ao ar livre: vídeo mostra o que diz a ciência
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