Jornal Estado de Minas

DESAFIO

Em tempos de pandemia, fotógrafo registra imagens surpreendentes da janela de casa

Ficar confinado dentro de casa durante a quarentena pode ser um desafio para a maioria das pessoas. E o fotógrafo Marcelo Prates decidiu fazer dessa experiência uma poesia pelo olhar de sua lente. Ele fotografa tudo que acontece na visão da janela de seu apartamento. 





Desde o início da pandemia do novo coronavírus, em março, ele está em isolamento social dentro de casa, no Buritis. Marcelo conta que as fotografias são uma forma de ele passar o tempo durante o isolamento.

“No mesmo dia que eu decidi ficar confinado por causa do coronavírus, comecei com essa ideia. De lá pra cá, o que eu tenho feito é passar a maior parte do tempo na janela, fotografando tudo o que aparece na minha frente. Animais, helicópteros, aviões, pipas, pessoas. Eu faço de tudo que vejo de legal para compor uma imagem”, explica.
 

Acusado de participar de um pega que vitimou cinco pessoas da mesma família no município de Bicas, na Zona da Mata, em 1996, o médico Ademar Pessoa Cardoso teve a prisão decretada na última segunda-feira pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Julgado em 2005, Ademar foi condenado a 12 anos e nove meses de prisão. Entretanto, em novembro de 2006, ele obteve um habeas corpus e pôde aguardar a decisão da justiça em liberdade.





Outro envolvido no acidente, o empresário Ismael Keller Loth, foi julgado em 2004, sendo condenado a 16 anos de reclusão. Ele recorreu da sentença e o veredicto foi anulado. Um novo julgamento teria acontecido em janeiro de 2007, mas Ismael tentou influenciar os jurados. Com isso, o promotor de Justiça Francisco de Assis Santiago requereu o adiamento da sessão do júri e a prisão preventiva do empresário. Desde então, Ismael Keller aguarda preso na cadeia de Bicas o novo julgamento, com data marcada para o dia 23 de abril de 2007.

O caso

Em 5 de abril de 1996, na rodovia que liga Bicas a Maripá - estrada sinuosa e sem acostamento -, o médico Ademar Cardoso e o industrial Ismael Keller Loth, ao volante de um Tempra e uma Blazer, respectivamente, disputavam um “pega”. Um pouco antes, na presença de diversas testemunhas, os dois haviam feito uma aposta de dois mil reais a serem pagos a quem chegasse primeiro ao destino. O veículo dirigido por Ismael bateu de frente num Fusca dirigido por Júlio César Ferreira, que morreu na hora, junto com a mulher dele, Adriana. No acidente, morreram também as duas filhas do casal: Vitória, de dois anos, e Teodora, de 6 meses. Uma tia de Adriana, de 88 anos, também morreu no local. Ambos não prestaram socorro às vítimas.

 
Marcelo Prates ainda diz que as fotos são como um diário da pandemia registrados em imagem. Ele acompanha o que as pessoas têm feito durante a quarentena pela varanda. Algumas fazem exercício, outras passam roupa, tomam café.





Ele também registra a movimentação de uma obra que está sendo feita ao lado do condomínio que mora. “Eu tenho fotografado com um olhar mais poético, mais artístico o trabalho dos pedreiros”, destaca.

Marcelo é jornalista com especialização em fotografia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já trabalhou em outros jornais como O Globo, e ainda em empresas como a mineradora Vale. E agora, Marcelo Prates trabalha como freelancer da Futura Press, de Nova York.
 
* Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.