Após quatro meses fechada e protestos pela reabertura, a Galeria do Ouvidor voltou a funcionar com permissão da prefeitura de Belo Horizonte nesta quinta-feira (6). Comerciantes comemoraram e clientes fizeram até estoque com receio de recuo do prefeito Alexandre Kalil na flexibilização das regras de isolamento social.
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Após flexibilização do comércio de BH, Shopping Vale do Aço vê atraso em reaberturaCom longas filas e pouco distanciamento, shopping reabre as portas no Centro de BHAntes da abertura, multidão faz fila na porta de shopping popularFamília de bebê vítima da COVID-19 alega falha no atendimento e cobra indenizaçãoCDL/BH vê primeiro dia de abertura como positivo, apesar de aglomeraçõesUberlândia: ambulantes senegaleses entram em confronto com fiscais e são detidosPara ela, a expectativa para reabertura é a melhor possível. A sensação é a mesma dividida com David Maxwell, de 29, vendedor em uma loja de bijouterias. "A gente espera que as vendas voltem como era antes", conta, preocupado com a COVID-19. "Pelas normas de segurança, estamos protegidos. A gente usa o álcool, usa máscara... Ninguém quer ficar doente."
O administrador da galeria, Valter Faustino da Silva, de 65, diz que a vontade era de que a abertura fosse permitida todos os dias, mas que a decisão já acende "uma luz no fim do túnel". "Vai depender do comportamento das pessoas. Fora isso, estamos muito otimistas, nos preparamos bem. Distanciamento, higienização e só podem entrar 300 pessoas ao mesmo tempo", disse.
Os clientes fiéis da galeria também aproveitaram. A artesã Gleice Gomes dos Santos Cruz, de 52, conta que foi um transtorno ter que fazer as compras em outras lojas durante a quarentena. "Estava terrível. Quando a gente achava pra comprar o que queríamos, o preço era muito alto. Aqui (Galeria do Ouvidor) é mais em conta", comenta.
A artesã foi com a vizinha Maria José da Silva e a filha dela, para ajudar a carregar o estoque. "Compramos muito, para uns três ou quatro meses com medo de fechar. Se o Kalil resolver fechar, não precisamos ficar paradas", explica.
Fiscalização
Por volta das 14h, durante fiscalização da prefeitura, os fiscais pediram que a administração da galeria fizessem o controle do distanciamento na fila do lado de fora.
"É uma fiscalização orientativa. Estamos deparando com uma fila com aglomeração. O estabelecimento é obrigado a organizar a fila. A parte de fora tem que ser organizada. Caso não consigamos organizar agora, vamos produzir documento alertando o funcionamento da galeria", conta Wilber Henrique, fiscal de controle urbanístico e ambiental.