Jornal Estado de Minas

REABERTURA DO COMÉRCIO

Em BH, Galeria do Ouvidor reabre com filas; comerciantes comemoram

Após quatro meses fechada e protestos pela reabertura, a Galeria do Ouvidor voltou a funcionar com permissão da prefeitura de Belo Horizonte nesta quinta-feira (6). Comerciantes comemoraram e clientes fizeram até estoque com receio de recuo do prefeito Alexandre Kalil na flexibilização das regras de isolamento social.




 
A vendedora Fátima Xavier, de 66 anos, conta que os pais têm a loja desde o início da galeria, nos anos 60, e foi a primeira vez que as portas não se abriram. "Estamos desde 19 de março lacrados dentro de casa. Não vamos reeleger ninguém", responde a empresária em tom político.

Para ela, a expectativa para reabertura é a melhor possível. A sensação é a mesma dividida com David Maxwell, de 29, vendedor em uma loja de bijouterias. "A gente espera que as vendas voltem como era antes", conta, preocupado com a COVID-19. "Pelas normas de segurança, estamos protegidos. A gente usa o álcool, usa máscara... Ninguém quer ficar doente."

O administrador da galeria, Valter Faustino da Silva, de 65, diz que a vontade era de que a abertura fosse permitida todos os dias, mas que a decisão já acende  "uma luz no fim do túnel". "Vai depender do comportamento das pessoas. Fora isso, estamos muito otimistas, nos preparamos bem. Distanciamento, higienização e só podem entrar 300 pessoas ao mesmo tempo", disse.





Os clientes fiéis da galeria também aproveitaram. A artesã Gleice Gomes dos Santos Cruz, de 52, conta que foi um transtorno ter que fazer as compras em outras lojas durante a quarentena. "Estava terrível. Quando a gente achava pra comprar o que queríamos, o preço era muito alto. Aqui (Galeria do Ouvidor) é mais em conta", comenta.

A artesã foi com a vizinha Maria José da Silva e a filha dela, para ajudar a carregar o estoque. "Compramos muito, para uns três ou quatro meses com medo de fechar. Se o Kalil resolver fechar, não precisamos ficar paradas", explica.
 

Fiscalização


Por volta das 14h, durante fiscalização da prefeitura, os fiscais pediram que a administração da galeria fizessem o controle do distanciamento na fila do lado de fora.

"É uma fiscalização orientativa. Estamos deparando com uma fila com aglomeração. O estabelecimento é obrigado a organizar a fila. A parte de fora tem que ser organizada. Caso não consigamos organizar agora, vamos produzir documento alertando o funcionamento da galeria", conta Wilber Henrique, fiscal de controle urbanístico e ambiental.