A reabertura do comércio na Região da Savassi não teve o mesmo impacto que na Região Central durante o primeiro dia de flexibilização em Belo Horizonte, nesta quinta-feira (6). Nas ruas no entorno da Praça Diogo de Vasconcelos o movimento ainda era tímido, mas comerciantes comemoram a volta do contato com o cliente que também se sente aliviado em poder entrar em uma loja física.
“Que alívio! Saudade de ver vitrine que você não imagina”, festeja Elza de Souza, de 72 anos. “A gente passa e vai olhando”, conta a compradora. Moradora do Bairro Sion, na Região Centro-Sul de BH, Elza encontrou com a vizinha Imaculada Silveira, de 73, após meses dentro de casa. E não foi em sua rua. O encontro se deu na Avenida Cristóvão Colombo, durante as compras. “Eu falei: vou dar uma volta porque vou na terapia e vou caminhando. Também é um alívio pra mim. Eu não aguentava mais ver a rua da fechada”, conta a amiga.
A alegria de girar a economia também é dividida com os comércios, que precisaram reforçar as medidas sanitárias. A gerente de uma loja de roupas Bárbara Michele Souza Santos, de 33, se diz feliz em voltar a trabalhar com o público. “Já tivemos muitas vendas hoje graças a Deus. E com todo cuidado”, conta. “Acho que todos estamos com receio. A pandemia é muito séria, mas com todos os cuidados tomados a gente vai dar conta de vencer.”
O respiro também foi sentido pela comerciante Cláudia Boleta, 33, que pensa em criar descontos para vender as peças da estação passada. “A expectativa é boa. Eu tive que investir em mercadoria, minha mercadoria de inverno ainda está parada. Tudo pra começar agora é válido, ajudar na crise. Não adianta jogar o preço lá em cima e não ter cliente. Agora é orar pra melhorar, pra não fechar de novo”, comenta. “O que a gente teme é que o Kalil tenha aberto pensando só no Dia dos Pais. A gente não sabe se ele abriu pensando no comerciante ou na política”.