Jornal Estado de Minas

ALEGA NEGLIGÊNCIA

Família de bebê vítima da COVID-19 alega falha no atendimento e cobra indenização

O caso da morte do bebê de sete meses por COVID-19, ocorrida em Montes Claros, no Norte de Minas, em 16 de julho passado, será judicializado. A família da criança L. P. L. C. S anunciou que vai entrar com uma ação indenizatória contra o município de Montes Claros e contra o estado, alegando qiue houve “negligência e ineficiência” no atendimento ao bebê.




 
O menino, que pertence a uma família de baixa renda do Bairro Vilage do Lago 2, situado na Região Norte de Montes Claros, tornou-se o paciente mais novo morto por coronavírus no estado. A confirmação do teste positivo (PCR) foi divulgado pela Secretaria de Saúde do município dois dias após a morte. A Prefeitura de Montes Claros, no Norte de Minas, informou que o bebê morreu na quinta-feira (16), ao dar entrada em um hospital da cidade.
 
“Vamos ajuizar uma ação indenizatória contra o estado e o município para recompor a dor da família, mas sabemos que ocorreu uma perda irreparável”, disse o advogado Geraldo Magela Silva, constituído pelos familiares da criança. 
O pai do bebê é auxiliar de serviços gerais e a mãe é dona de casa. O casal tem mais um filho, de 3 anos. Segundo o advogado, a mãe  continua inconformada e muito deprimida, “chorando o tempo todo”. 




 
Após a morte, os demais integrantes da família foram submetidos a testes para coronavirus, todos com resultado negativo, informa o advogado. Ele  afirma que houve vários equívocos no atendimento ao menino. “Além disso, a coleta do material para a realização do teste para coronavírus não foi feita a tempo, ocorrendo somente após o óbito”, sustenta Geraldo Silva. 
 
De acordo com o relato do advogado, no dia  13 de julho, pela manhã, a criança foi levada ao posto do Programa de Saúde da Família (PSF), no Bairro Vilage do Lago 2, apresentando vômitos intensos. Na unidade, o bebê teria sido atendido por uma médica que suspeitou da COVID-19, orientando a família a ficar em casa em isolamento domiciliar, além de medicar a criança.

Mas como persistiram os sintomas, no mesmo dia, à noite, a família decidiu recorrer a um serviço de saúde de emergência. Segundo o advogado, levada pela mãe, a  criança passou por dois hospitais - o Mário Ribeiro e o Aroldo Tourinho, mas só conseguiu atendimento no pronto-socorro do Hospital Universitário Clemente de Faria (HUCF), onde ela foi medicada e recebeu alta.





Ainda de acordo com Geraldo Silva, no dia 15 de julho, por volta das 14h, o menino foi levado novamente ao pronto-socorro do Vilage do Lago 2, com tosse, febre e vômito e o médico responsável pelo atendimento na unidade teria descartado a possibilidade de COVID-19, recomendando à  familia que não fosse ao hospital, porque “poderia ser contaminada lá".

O advogado informou que no dia 16, por volta das 3h, com a continuidade dos sintomas, a criança deu entrada no pronto-socorro do HUCF, onde morreu, às 4h30”, sustenta. “O atendimento não foi correto. Com isso, a criança foi ficando desidratada e acabou morrendo. Além disso, não foi feita a testagem para coronavirus no tempo certo”, alega Geraldo Silva. 

Procurada pela reportagem, a Prefeitura de Montes Claros informou que “só vai se manifestar quando for citada no processo”. 

Por ocasião do fato, o Hospital Universitário Clemente de Faria, por meio de nota, informou que o bebê foi atendido em seu pronto-socorro no dia 13 de julho, com sintomas gripais e vômito. “Mas como 'nao houve critérios' indicativos para internação, após a medicação a mãe foi orientada a retornar ao pronto-atendimento em caso de piora do quadro. 





Ainda na ocasião, o HUCF informou, por meio de nota, que na madrugada do dia 16, a mãe retornou com a criança ao PSF do Vilage do Lago. No entanto, o paciente não apresentava sinais vitais, em consequência de uma parada cardiorrespiratória, o que foi constatado pela equipe plantonista.  “Mesmo assim, todas as medidas de reanimação foram tomadas, não faltando em momento algum assistência à criança, alegou.

Procurado novamente, após a família anunciar a judicialização do caso, por meio de nota o Hospital Universitário, vinculado à Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), informou que "não vai se pronunciar a respeito do assunto".
 

O que é o coronavírus


Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.



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Como a COVID-19 é transmitida? 

A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

Vídeo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronavírus?


Como se prevenir?

A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
Vídeo: Flexibilização do isolamento não é 'liberou geral'; saiba por quê

Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia

Em casos graves, as vítimas apresentam:

  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus. 



Vídeo explica por que você deve 'aprender a tossir'


Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.

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