No primeiro dia de reabertura do comércio de Belo Horizonte, houve registros de aglomerações e filas nas portas da lojas e shoppings. Apesar dos episódios, o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), Marcelo de Souza e Silva, avalia que o dia foi “muito mais positivo do que negativo” para a cidade.
O dirigente atribui os eventuais desrespeitos às regras a um “dia atípico”, no qual consumidores e lojistas ainda estão se adaptando. “Acredito que nos próximos dias e semanas vai melhorar nesse ponto. E temos que ir ajudando, orientando. Estou vendo muita boa vontade. Todos ansiosos, mas entendendo o momento”, afirma.
Segundo Souza e Silva, a CDL está nas ruas para apoiar as orientações e esclarecimentos das normas à população, bem como ajudar cada segmento a entender o protocolo próprio. Por ser um período de adaptação, a entidade solicitou à Guarda Municipal para educar, mais do que punir, quem não está seguindo as regras.
O presidente da CDL avalia que o tempo entre o anúncio da Prefeitura, na terça-feira (4) até esta quinta, não foi suficiente para que todos os comerciantes se adaptassem - o que também explica os problemas.
“Alguns tipos de comércio não conseguiram voltar. Com poucos funcionários para controlar, a loja tem que ser adaptada. E está fazendo uma fila maior no lado de fora da loja”, argumenta. Apesar dos problemas, Souza e Silva não acredita que a PBH deve recuar mais uma vez na reabertura. “Os números [de casos e mortes por coronavírus] devem cair nas próximas semanas”, indica.
Outro fator que contribuiu para um primeiro dia mais movimentado, na avaliação de Souza e Silva, é a demanda reprimida de meses de isolamento. “Tanto lojistas quanto consumidores estão ansiosos. O lojista quer que o consumidor entre na loja dele, não quer perder venda. E o consumidor tem que resolver um problema que está suprimido há muito tempo”, avalia.
Os três dias de abertura permitidos pela PBH antes do Dia dos Pais vão ajudar a reduzir as perdas do comércio, na avaliação do presidente da CDL. Por outro lado, ele aponta que muitas empresas conseguiram migrar para o modelo digital de vendas, e assim não estão mais tão dependentes das vendas físicas.
Além disso, Souza e Silva afirma que viu muitas lojas que poderiam abrir, mas permaneceram de portas fechadas. “Ainda não temos um levantamento se são lojas que fecharam definitivamente ou somente não se estruturaram para abrir hoje”, explica.
Apesar do otimismo com os três dias permitidos, Souza e Silva defende que o comércio também possa abrir no sábado, como proposto pela CDL à PBH. “Sábado é um dia de venda efetiva, fundamental para as lojas de bairro e de shoppings. Somente quem não conhece BH não vê essa importância”, argumenta.
Outro ponto favorável a mais dias de abertura, segundo o dirigente, é que assim não há concentração da demanda em poucos dias, o que pode levar a aglomerações.
* Estagiário sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.