Um crime do “sapatinho” - rapto de um gerente de banco e da sua família para forçar o pagamento do resgate pela instituição financeira -, ocorrido em 17 de outubro do ano passado, em Buenópolis, foi desvendado pela Polícia Civil, com a prisão de um homem de 42 anos, apontado como líder da quadrilha que praticou o crime.
Em uma quinta-feira, por volta das 20h, os ladrões, armados com revólveres, invadiram a casa do gerente, rendendo-o com a mulher e dois filhos. Três vizinhos que passaram pela frente da casa, no instante da invasão, também foram feitos reféns.
Os ladrões mantiveram todos reféns ao longo da noite. Na manhã do dia seguinte, dois dos ladrões saíram da casa, de carro, levando a mulher e os filhos da vítima, que teve de ir ao banco sacar determinada quantia, que não foi informada pela polícia. Somente depois disso a família foi libertada, na rodovia, sentido Buenópolis-BH.
Segundo a delegada Fabíola Oliveira, durante a madrugada, no dia do sequestro, os suspeitos separaram o gerente das demais vítimas para forçar a abertura da agência, visando assim o saque do valor relacionado ao resgate. “Na manhã seguinte, eles conseguiram levar a quantia do banco e, após a confirmação do recebimento do dinheiro, os demais suspeitos liberaram as vítimas em Belo Horizonte.”
Vasto prontuário
Desde então, a polícia trabalha com a identificação e descoberta do refúgio dos criminosos. O principal suspeito foi preso em Vila Velha, no Espírito Santo, na segunda-feira. No momento da prisão, cumprindo mandado de prisão, foram encontrados na casa do suspeito cerca de 10 quilos de maconha, motivo pelo qual ele foi autuado em flagrante por tráfico de drogas.
Havia, ainda, um mandado de prisão em aberto contra o suspeito, uma vez que ele estava condenado, com pena de mais de 80 anos de reclusão, e um mandado de prisão por crime de extorsão mediante sequestro, em 2001, ocorrido no Espírito Santo.
Segundo a delegada, o suspeito tem ainda um extenso prontuário criminal, sendo investigado e condenado por roubo a banco, formação de quadrilha, aborto, falsa identidade, lesão corporal e sequestro. A investigação contou com a participação da Polícia Civil do Espírito Santo e pela Delegacia Antissequestro, vinculada ao Departamento Estadual de Operações Especiais (Deoesp).