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Estado de Minas CRIME ORGANIZADO

Operação prende grupo suspeito de desviar cerca de R$ 3 mi da prefeitura de Araxá

Segundo informações, a ex-secretária de Governo, afastada para disputar as eleições, atestou que em um mês vans, prestadoras de serviço, transitaram cerca de 29 mil quilômetros, quando na verdade a PC descobriu que elas trafegaram entre 250 e 300 quilômetros


11/08/2020 20:13 - atualizado 11/08/2020 21:38

Além das prisões, decretadas de forma temporária, foram expedidos 23 mandados de busca, apreensão de veículos e outros 10 mandados já cumpridos(foto: PCMG/Divulgação)
Além das prisões, decretadas de forma temporária, foram expedidos 23 mandados de busca, apreensão de veículos e outros 10 mandados já cumpridos (foto: PCMG/Divulgação)
Em Araxá (MG), a Polícia Civil (PC) prendeu nesta terça-feira dois assessores da Prefeitura Municipal de Araxá, a ex-secretária de Governo e dois dirigentes de uma empresa de fornecimento de transporte de vans e micro-ônibus, que prestava serviços para o município, sob suspeita de desvio de recursos públicos. As prisões fazem parte da Operação Malebolge, que investiga os desvios de recursos públicos, a partir de contratos de prestação de serviços de transportes. A ação contou com a parceria do Ministério Público de Contas e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
 
Segundo informações do delegado Renato Alcino, responsável pela Delegacia de Trânsito de Araxá, há muitos pontos da investigação em sigilo, mas já se pode adiantar que envolve cerca de R$ 3 milhões. “Essa investigação recorre de outras relacionadas a desvios de recursos públicos que eram repassados para o terceiro setor e que, por meio de seus dirigentes, praticavam os desvios. Em um mês, as vans rodaram 29 mil quilômetros, o que foi atestado pela ex-secretária, mas, na verdade, descobrimos que eles haviam rodado apenas cerca de 300 quilômetros. Isso dentro de um mês, agindo ilegalmente. Mas estamos investigando outros meses. Essa investigação, diferentemente das outras, estava ocorrendo no seio da administração da prefeitura de Araxá”, informou o delegado.
 
Ainda segundo Renato Alcino, entre os presos estão a ex-secretária de Governo da Prefeitura de Araxá, que se afastou para concorrer a cargo público, o marido dela, assessor, que trabalhava na Secretaria Municipal de Fazenda e atualmente atuava na Secretaria e Ação e Promoção Social, e outro assessor, que também atuava na Secretaria de Fazenda. “Além deles, dois sócios de uma empresa. Essa empresa concorria a licitações e, vencida a licitação, eram emitidas ordens de serviço pela então secretária de governo para que essa empresa realizasse as viagens. Feito isso, os valores eram transferidos por meio eletrônico para a empresa, prestadora de serviço público, que depois repassava parte do recurso para o grupo criminoso”, disse o delegado de Araxá.
 
Além das prisões, decretadas de forma temporária, foram expedidos 23 mandados de busca, apreensão de veículos e outros 10 mandados já cumpridos. Foram bloqueados 16 imóveis do grupo, entre eles uma fazenda pertencente ao sócio da empresa. Ainda foram bloqueados valores e bens depositados em instituições financeiras, totalizando cerca de R$ 3 milhões. Nas residências, foram apreendidos documentos contábeis, equipamentos eletrônicos, dinheiro, joias, HDs e outros equipamentos eletrônicos para a continuidade das investigações.  

'Divida Comédia'

De acordo com informações da PCMG, a palavra Malebolge foi retirada da obra ‘Divina Comédia’, do escritor e poeta italiano Dante Alighieri. Na obra, um lugar do Inferno, primeira parte do livro, é descrito como sendo composto de dez vales, cada um deles para um tipo de pessoa. Malebolge é o oitavo vale, morada daqueles que pecaram por fraude, segundo o livro.


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