Jornal Estado de Minas

MAIS RIGOR

Coronavírus: Cláudio recua e fecha bares após aumento de casos

 

O aumento de casos confirmados de COVID-19 em Cláudio, Região Centro-Oeste de Minas, fez o prefeito José Rodrigues Barroso recuar e determinar o fechamento de bares e similares. O decreto foi publicado nesta quinta-feira (13) e tem validade a partir desta sexta-feira (14).



 A norma torna mais restritiva a retomada da economia em relação ao programa Minas Consciente, do governo estadual. Com a cidade classificada na onda amarela, esses estabelecimentos poderiam funcionar normalmente, conforme o protocolo do estado.

 

Com a medida, também fica proibida a comercialização de bebida alcoólica para consumo no local em qualquer bar. Esses locais só poderão funcionar de portas fechadas respeitando o sistema de entrega dos produtos alimentícios. O proprietário do estabelecimento que descumprir a nova determinação será multado e poderá ter o alvará cassado

 

A recomendação ao prefeito partiu da Comissão Municipal de Enfrentamento ao novo coronavírus. Composta em sua integralidade por membros da equipe da Secretaria Municipal de Saúde, ela entendeu que restringir o funcionamento poderá ajudar a controlar o avanço da contaminação.





 

“A avaliação pela Fiscalização COVID-19, faz crer que o consumo de bebidas alcoólicas, ainda que não diretamente ligado às causas da referida doença, propicia a formação de ambientes com aglomeração de pessoas, motivo pelo qual, a suspensão da venda de bebidas alcoólicas e/ou fechamento de bares e similares, é medida recomendável”, consta no decreto.

 

O boletim divulgado no domingo (09) apontava 122 casos confirmados na cidade, já nesta quarta-feira (12) o número subiu para 142, aumento de 16,3% em quatro dias. “Se a gente analisar, teve uma crescente em salto, ampliação diária em um dia de 8 casos confirmados”, destaca o assessor de informações do Comitê de Gestão de Crise, Henrique Lucas Amaral dos Santos. Três óbitos foram registrados no municípios.

 

Não é a primeira vez

 

Essa não será a primeira ver que a cidade recua no fechamento deste segmento. “Existiram momentos, acredito que umas quatro vezes, que suspendemos”, explica. As suspensões foram baseadas também no avanço de casos confirmados. Antes da adesão ao Minas Consciente, os estabelecimentos estavam funcionando há cerca de 30 dias com até 30% da capacidade de ocupação.





 

“O protocolo do município estava praticamente equiparado ao do Estado. O que mudou, basicamente, foi tão somente as atividades físicas, que tínhamos liberado com capacidade limitada”, explica Amaral.

 

Embora tenha aderido ao programa estadual por força de decisão judicial, o município entende que tem autonomia para tomar decisões baseadas no cenário local independente do Estado, desde que, não amplie os setores permitidos pelo protocolo. “Diante de uma situação em que há essa crescente, podemos restringir o Minas Consciente, não vamos estar ferindo o regramento do Estado, estaremos tomando medida como política pública”, argumenta o assessor de informações.

 

A medida deverá ser revista nos próximos sete dias. Para Amaral, a reabertura dos bares refletiu no afrouxamento do isolamento e cuidados por parte da população. “A gente tem notado que com os bares abertos gera uma certa falsa ideia de que estamos dentro de uma normalidade quando não estamos”, alerta. Segundo o assessor, as normas mais rigorosas buscam também a conscientização.

 

*Amanda Quintiliano especial para o EM