Ipatinga não vai aderir ao programa Minas Consciente. O Comitê Gestor de Crise de Ipatinga, que se reuniu nesta quinta-feira (13), decidiu por unanimidade continuar seguindo as normas da Deliberação 17, apenas com pequenas adequações. O prefeito de Ipatinga, Nardyello Rocha (Cidadania), disse que a decisão unânime se deu pelos ótimos índices alcançados pelo município no combate ao contágio pelo novo coronavírus e tratamento dos pacientes que testaram positivo para a COVID-19.
“A adesão, neste momento, ao programa estadual Minas Conscient’, representaria um retrocesso, já que, por seus critérios, o município estaria na chamada Onda Vermelha, que restringe as atividades comerciais apenas aos serviços essenciais”, disse o prefeito, lembrando que os comerciantes já deram a sua contribuição no combate ao novo coronavírus e não seria justo aderir ao Minas Consciente e entrar logo de cara na onda vermelha.
Nardyello Rocha, explicou que o grande problema de uma eventual adesão ao Minas Consciente é que a taxa de ocupação de leitos é um dos fatores preponderantes para classificação das ondas.
“Nosso maior gargalo ainda são os níveis de utilização dos leitos de UTI COVID-19. Mesmo com o número de leitos consideravelmente ampliado pela nossa administração, ainda esbarramos em altas taxas. Isto porque a ocupação não se dá exclusivamente por moradores de Ipatinga e nem mesmo se atém à nossa microrregião, mas porque, por questões humanitárias, nossa cidade segue atendendo pacientes de outras microrregiões, como a de Coronel Fabriciano e Timóteo”, disse.
O prefeito explicou que se considerar somente Ipatinga, a taxa de ocupação de UTI é de 46%. E, mesmo atendendo toda a microrregião de saúde, composta por 14 municípios, esse número, segundo Nardyello, se limita a 62%. “Com esse número, Ipatinga fica na Onda Vermelha, permitindo apenas o funcionamento do que é essencial em toda a cidade, incluindo o próprio Shopping, que se restringiria a algumas lojas”, disse.
Flexibilização
A decisão do Comitê Gestor de Crise, de não aderir ao Minas Consciente, e seguir as normas da Deliberação 17, se baseia nos bons resultados. Ipatinga alcançou um patamar de 92,5% de pacientes de COVID-19 curados, índice que segundo prefeito, “é muito superior à média nacional, que não passa de 60%”. Disse que o indicador que define o grau de transmissibilidade de infecção (RT) pelo novo coronavírus caiu de 1,99 (quando era o maior do estado), no início do mês de junho, para 1,09 no início de julho. “E agora, em menos que 21 dias, está abaixo de 1, registrando 0,96 nesta quinta-feira. Esse índice já nos colocaria na Onda Verde, segundo os critérios do Minas Consciente”, disse o prefeito.
Assim, a partir de segunda-feira (17), o comércio de rua passa a funcionar durante todos os dias da semana, de 8h às 18h. O Comitê decidiu por não autorizar a abertura do comércio no sábado, para evitar possíveis aglomerações produzidas por compradores de outras cidades que normalmente recorrem a atrativos encontrados em Ipatinga.
“Entendemos e reconhecemos o sacrifício feito pelos comerciantes da nossa cidade, que até o momento pagaram um alto preço sem ter culpa nenhuma, porque ela é única e exclusivamente do vírus. Portanto, com números mais amenos, nós conseguimos fazer uma flexibilização maior e retomar o expediente por todos os dias da semana neste momento. Lembrando que a luta continua. Essa mudança não quer dizer que podemos afrouxar nas medidas sanitárias. Pelo contrário. Para mantermos os números, se faz necessário continuarmos com os cuidados”, reiterou o prefeito.
Mas há exceções nesta flexibilização. O Shopping do Vale vai continuar fechado. Durante audiência de conciliação virtual que aconteceu na tarde desta quinta-feira (13), com a participação da Prefeitura, Ministério Público e Judiciário, ficou definido que o shopping somente poderá ser aberto ao público com autorização judicial, e nos mesmos moldes que vem funcionando o comércio de rua. Bares e restaurantes, somente poderão funcionar com atendimento pelo sistema de “delivery”. O motivo dessas restrições aos bares, restaurantes e o shopping, se deve ao cumprimento das regras da Deliberação 17