Após 36 horas de ação de reintegração, acampamento do MST pega fogo e gera polêmica. Leia mais: https://t.co/zCDmU13Ey6 pic.twitter.com/QGcA70AQmh
— Estado de Minas (@em_com) August 13, 2020
Mais de 150 policiais militares estão empenhados no caso. “A gente estava negociando com os manifestantes quando as chamas se alastraram rapidamente pelo mato seco. A PM não tem nenhum envolvimento com o incêndio”, afirma a tenente Sara Augusta.
Diante da repercussão do caso, a Polícia Militar fez uma transmissão ao vivo pela TVPMMG para debater o assunto. “Nós fomos acusados de colocar fogo na vegetação. Mas as imagens são claras. Um homem a cavalo, que participa da manifestação, aparece no vídeo e, assim que ele passa, o rastro da fumaça começa. Esse fogo vai em direção aos militares colocando em risco a vida desses militares”, afirma o coronel Rocha, da 18ª Região.
De acordo com a PM, alguns militares precisaram ser socorridos. “Isso foi uma tentativa de homicídio. O fogo foi colocado próximo à área onde a linha de contenção da PM estava montada. Três militares intoxicados foram socorridos para o pronto-socorro da região. Graças a Deus, eles passam bem. Uma oficial de justiça ficou abalada e teve que ser retirada do local. Além de colocar em risco os moradores da fazenda”, explica o coronel.
Pela característica do local, o incêndio ainda não foi combatido. “Nós tivemos que recuar, mas os manifestantes estão resistindo à ordem”, completa o militar.
Fora da competência do Executivo
Em nota, o governo do estado de Minas Gerais explica que foi planejada uma ação pacífica. “Nos planejamos um trabalho sem necessidade do emprego de força e seguindo todos os protocolos de segurança estipulados para o período da pandemia da COVID-19, para preservar a segurança de todos os envolvidos na ação”, trecho da nota.
O governo também explica que não tem competência para suspender uma ordem judicial. O conflito fundiário ocorre desde o final da década de 1990, em virtude da falência da Usina Ariadnópolis Açúcar e Álcool S/A. “Esta competência é exclusiva do Poder Judiciário. A ordem de reintegração de posse da gleba da Fazenda Ariadnópolis é oriunda de processo judicial transcorrido. Seu eventual descumprimento é crime de desobediência tipificado no Código Penal”, explica a nota do estado.
As famílias vêm sendo realocadas em locais disponibilizados pela Prefeitura de Campo do Meio. “Ontem, retiramos três famílias que foram levadas para um local provisório. Mas nós recebemos a informação de que parte das famílias retornou à manifestação”, informa tenente Sara.
Manifestantes gravaram mais vídeos na tarde de hoje, e áudios foram compartilhados nas redes sociais e WhatsApp. “Atualizando a situação no local: o comando da PM já deu dois avisos e agora vem a tropa de choque. Nós seguimos na resistência”, diz áudio compartilhado.
A Polícia Militar também debateu o assunto na transmissão ao vivo. “Várias fake-news estão sendo compartilhadas. A PM faz questão de esclarecer o assunto e ressalta que os militares estão fazendo de tudo para levar segurança a todos”, finaliza.