Belo Horizonte, finalmente, deixou a zona vermelha dos leitos de UTI para COVID-19. Depois de 64 dias em estado crítico, a cidade computou no boletim desta quinta-feira (13) uma ocupação de 69%, o que coloca a capital mineira no nível amarelo, o intermediário.
A atual classificação deve ser aplicada quando a taxa fica entre 50% e 69%. Portanto, BH está no limite, podendo retornar à zona crítica nos próximos dias. O alento é que a cidade computou o oitavo dia consecutivo de queda nesta quinta.
Com isso, o alerta geral de BH, no qual também é considerado a taxa de ocupação das enfermarias e a velocidade de transmissão do vírus, se torna amarelo.
No caso desses outros dois parâmetros, o quadro já se tornou verde, o de menor risco.
Vale ressaltar, porém, que as quedas nos indicadores de uso das unidades de terapia intensiva aconteceram depois que a prefeitura mudou os critérios de avaliação no último dia 4, quando a atual flexibilização do comércio de BH foi anunciada.
Em vez de considerar somente os leitos da saúde pública, o Executivo municipal passou a monitorar também a saúde suplementar, aquelas unidades situadas em hospitais particulares.
Dessa maneira, BH dispõe nesta quinta de 741 leitos de UTI. Desses, 508 estão em uso, o que resulta na ocupação de 69%.
Ao considerar somente a rede SUS, a ocupação se mantém no vermelho: 74%. Porém, o indicador também vem de uma semana seguida em queda. São 424 leitos de UTI nos hospitais públicos, com 313 ocupados.
Alerta
Apesar dos números apresentarem queda nos últimos balanços, ainda é preciso cautela. Isso porque os especialistas pontuam que qualquer decisão do poder público tende a levar 14 dias para apresentar mudanças nos dados.
Isso porque a janela de infecção do novo coronavírus dura duas semanas. Portanto, a flexibilização iniciada em BH no dia 6 só poderá ser sentida nos balanços a partir da próxima quinta-feira (20).
As próprias declarações do prefeito Alexandre Kalil (PSD) seguem na linha da precaução. Ele tem ressaltado nas entrevistas recentes que BH ainda está em “guerra” ao se referia à pandemia da COVID-19.
Comério aos sábados?
Para a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), a saída da taxa de ocupação dos leitos de UTI para COVID-19 do vermelho é argumento para ampliação da flexibilização do comércio.
O anseio da entidade é que a prefeitura permita o funcionamento dos estabelecimentos aos sábados.
“É possível que a prefeitura atenda ao nosso pleito para que o comércio, no mínimo, também possa funcionar aos sábados”, disse o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva, em nota enviada à imprensa.
Casos e mortes
Belo Horizonte registrou 17 mortes por COVID-19 nas últimas 24 horas. Segundo o boletim epidemiológico publicado pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) nesta quinta-feira (13), o número saltou de 741 para 758. Já os casos da doença saltaram de 26.886 para 27.485. A cidade acumula 23.542 recuperados e 3.185 com suspeita.
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Apenas 5 das 34 cidades da Grande BH não registraram morte por COVID-19BH ultrapassa 27 mil casos de COVID-19; taxa de ocupação de leitos cai COVID-19: Fhemig busca médicos para hospitais de BH e Patos de MinasBH gasta mais com saúde que valor médio aplicado por grandes cidades brasileiras COVID-19: Pesquisador da UFMG discorda de eficácia da vacina russaO boletim epidemiológico ainda informa que 16 pessoas morreram sem comorbidades. Dessas, duas vítimas tinham entre 20 e 39 anos e 14 entre 40 e 59.
A região com maior registro de óbitos é Venda Nova (104). Em seguida estão: Nordeste (101), Noroeste (91), Oeste (86), Barreiro (85), Leste (81), Centro-Sul (76), Norte (70) e, por último, Pampulha (64).
A administração municipal ainda informa que 72 mortes seguem em investigação e 681 foram descartadas para COVID-19.
Com informações de Larissa Ricci