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Estado de Minas

Em protesto contra ação de despejo em Campo do Meio, MST fecha BR-116 em Valadares

Integrantes do MST fecharam a BR-116 e atearam fogo em pneus e galhos de árvores; paralisação durou cerca de duas horas e provocou longo engarrafamento na região


14/08/2020 10:25 - atualizado 14/08/2020 12:13

Integrantes do MST chegaram por volta das 7h com faixas de protestos contra o governador Romeu Zema(foto: MST/Assentamento Oziel Alves Pereira/Divulgação)
Integrantes do MST chegaram por volta das 7h com faixas de protestos contra o governador Romeu Zema (foto: MST/Assentamento Oziel Alves Pereira/Divulgação)
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) fechou na manhã desta sexta-feira (14) as duas pistas da BR-116, em frente ao Assentamento Oziel Alves Pereira, em Governador Valadares. A manifestação aconteceu como forma de protestar contra a ordem de despejo em um assentamento do MST em Campo do Meio, no Sul de Minas.

Por volta de 7h, vários integrantes do MST fizeram uma barreira com pneus velhos e galhos de árvore que foram incendiados para impedir o trânsito. A paralisação durou aproximadamente duas horas e provocou longas filas de caminhões na rodovia, nos dois sentidos. As pistas só foram liberadas com a chegada da Polícia Militar, Bombeiros e Polícia Rodoviária Federal.
 
 
 
Segundo o Tenente Coronel Marlúcio Fernandes de Souza, comandante do 6º BMP, de Governador Valadares, que esteve no local, a desocupação da pista foi tranquila. As negociações foram feitas pelo tenente Duarte. “Conversamos com eles (MST) e acertamos a liberação das pistas de forma pacífica”, disse o militar. 
 
Terezinha Sabino de Souza, diretora estadual de saúde do MST, que mora  no assentamento de Governador Valadares, acredita que o que está acontecendo em Campo do Meio é um crime inaceitável. “O despejo em Campo do Meio é totalmente irregular. Temos companheiros que estão há 20 anos lá, plantando e produzindo. Derrubaram escolas, olha que absurdo”, protestou.

Na opinião de Terezinha, o fato mais grave, e que configura o crime, é a época do despejo. “Estamos no meio da pandemia de coronavírus. Como o governador do estado permite uma coisa dessas? A OMS manda todo mundo ficar em casa e o governador derruba escolas, derruba as casas das pessoas, provocando aglomerações e uma exposição criminosa dessas pessoas sao vírus”, afirmou, indignada.

Desde o início do isolamento social para evitar o contágio da COVID-19, Terezinha diz ter feito um trabalho de orientação e acompanhamento dos assentados em Governador Valadares e Região Leste do estado. Ela tem orientado a todos a ficar em casa e indica até o tipo de alimentação que devem fazer pra manter a imunidade alta. “Ministramos também os cursos de agentes populares de saúde para nos auxiliar nesse enfrentamento da doença, e aí vem o governador Zema e destrói todo o nosso trabalho”, acrescenta.
 
Mesmo após a liberação das pistas, o tráfego na BR-116 ficou lento. Além das longas filas de caminhões, houve também retenções em um trecho da BR-259, próximo a uma rotatória que dá acesso às cidades da região Centro-Nordeste de Minas. A alternativa encontrada pelos motoristas para furar a lentidão foi seguir por uma estrada vicinal que dá acesso direto a Avenida Minas Gerais, perímetro urbano de Governador Valadares. 


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