A quadrilha de cinco homens que tentou roubar uma agência da Caixa Econômica Federal de Brumadinho, na Grande BH, durante a madrugada desta sexta-feira (14), não era de amadores. Segundo a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), os envolvidos na ação são assaltantes de banco contumazes, com passagens por homicídio, tráfico de drogas e porte ilegal de armamento pesado.
Não houve mortos ou feridos entre as vítimas ou agentes mobilizados na operação. Os dois criminosos sobreviventes foram presos e serão apresentados à Polícia Federal ainda esta tarde, já que o ataque envolve instituição financeira ligada ao governo federal.
Junto com os ladrões, foram apreendidas duas pistolas semi-automáticas e mais três armas - entre elas, uma espingarda calibre 12. O grupo portava ainda muita munição, um colete revestido com cerâmica, à prova de tiros de fuzil, e quatro "metalons" - caixas metálicas carregadas com explosivos caseiros potentes.
Três deles morreram na troca de tiros com agentes do Batalhão de Operações Especiais da PM (Bope). Para tentar fugir, os bandidos chegaram a invadir uma casa, onde fizeram três reféns - pai, mãe e filha. Uma quarta pessoa foi sequestrada em Itaguara, a 80 quilômetros de Belo Horizonte, para dirigir um dos dois veículos utilizados no crime.
Assalto em Brumadinho: câmera de segurança flagra movimentação e tiros no município. PM vai conceder entrevista coletiva sobre o caso nesta manhã. Saiba mais https://t.co/DbpMKZXJBJ pic.twitter.com/fPQ1P3tk4c
%u2014 Estado de Minas (@em_com) August 14, 2020
Não houve mortos ou feridos entre as vítimas ou agentes mobilizados na operação. Os dois criminosos sobreviventes foram presos e serão apresentados à Polícia Federal ainda esta tarde, já que o ataque envolve instituição financeira ligada ao governo federal.
Junto com os ladrões, foram apreendidas duas pistolas semi-automáticas e mais três armas - entre elas, uma espingarda calibre 12. O grupo portava ainda muita munição, um colete revestido com cerâmica, à prova de tiros de fuzil, e quatro "metalons" - caixas metálicas carregadas com explosivos caseiros potentes.
Cerco e tiroteio
De acordo com a PM, os assaltantes são da região de Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas, e já eram monitorados pela corporação. A informação de que o grupo planejava um assalto teria chegado ao 23° Batalhão da PM, responsável pela cidade, na tarde dessa quinta-feira (13). A denúncia foi repassada ao setor de inteligência do Bope que, após investigação, descobriu que o bando pretendia explodir caixas eletrônicos da Caixa Econômica Federal de Brumadinho. "O Bope, então, começou a se planejar para fazer a abordagem e impedir o evento", conta o comandante Carlos Eduardo Ferreira.
O cerco montado para prender os criminosos esta madrugada envolveu 62 policiais - 22 do bope, 28 do 2° Batalhão de Policiamento Especializados (GER) e 12 do efetivo de Divinópolis. Os bandidos chegaram a explodir a porta de entrada da agência bancária e partiam para o estouro dos caixas, quando foram surpreendidos pelos agentes. "Os infratores então começaram a efetuar disparos contra a guarnição que, para sua legítima defesa, também efetuou disparos. Foram atingidos três infratores", descreve o comandante Ferreira, referindo-se aos três mortos do tiroteio.
Durante a troca de tiros, os policiais identificaram que o motorista de um dos carros que conduzia quadrilha não era participante do crime, mas refém dos ladrões."Ele apresentava um comportamento completamente diferente dos demais. Não estava armado, e parecia muito assustado. Graças a técnica do Bope, ele foi preservado a todo momento. Posteriormente, nós descobrimos que essa pessoa era uma vítima", relata o comandante Ferreira.
Segundo a PM, o homem, que não foi identificado, teria sido sequestrado em Itaguara, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, para transportar o grupo até Brumadinho. "Trabalhamos com a hipótese de que o bando tenha tenha se encontrado na Zona Rural de Itaguara e, de lá, seguido para o banco de Brumadinho", detalha o Major Comandante Wamberto Magalhães, do 48° Batalhão de Minas Gerais.
Reféns
A dupla que sobreveu à troca de tiros tentou fugir a pé e chegou a se esconder em um casa situada a cerca de quatro quarteirões da agência assaltada. Lá, tomaram os três moradores como reféns - pai, mãe, e filha. A localização dos fugitivos, segundo os militares, foi revelada por vizinhos da família, que acionaram a PM após constatarem movimentação estranha e a presença de pessoas com armas de fogo nas redondezas.
"Imediatamente, nós redirecionamos a equipe ao local e iniciamos a negociação. Os assaltantes foram convencidos a se entregar, após garantia de que teriam a vida preservada, além de todos os direitos constitucionais assegurados. Foi uma negociação tranquila", afirma o Carlos Eduardo Ferreira. Toda a operação, de acordo com o militar, durou cerca de 7 horas - de 3h da madrugada até aproximadamente 9h da manhã.
Novo cangaço
Os militares acreditam ter capturado o líder da organização criminosa, que saiu da prisão há duas semanas. Ainda de acordo com a corporação, o crime tem características do fenômeno conhecido como "novo cangaço". Ou seja: ataques a pequenas cidades, uso de arma de fogo e tomada de reféns. "É um fenômeno que vêm ocorrendo e está sendo arrefecido com atuação da polícia militar. Nós estamos fazendo um acompanhamento. Todo o sistema de inteligência da Polícia Militar está envolvido nisso", disse o comandante do Bope Carlos Eduardo Ferreira.