(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas 'MÃOS ATADAS'

COVID-19: São Joaquim de Bicas sofre com aglomerações de fim de semana

Número de óbitos por coronavírus chama atenção; município tem três vezes mais mortes do que Mateus Leme, com o mesmo número de habitantes


14/08/2020 16:27 - atualizado 14/08/2020 16:54

Barreira sanitária realizada no município(foto: Prefeitura Municipal de São Joaquim de Bicas )
Barreira sanitária realizada no município (foto: Prefeitura Municipal de São Joaquim de Bicas )

Com 17 óbitos causados pela COVID-19, São Joaquim de Bicas, cidade da Região Metropolitana de BH (RMBH), continua sendo destino para festas e aglomerações de fim de semana mesmo durante a pandemia. Moradores de Belo Horizonte e região que possuem sítios na pequena cidade, estariam “levando” o vírus para o município. 

 

 

 

A secretária de Saúde de São Joaquim de Bicas, Vanilda da Silva Maia, explica que o governo municipal está praticamente de mãos atadas. “Nós recebemos várias denúncias de aglomerações nos sítios, mas a Polícia Militar não pode simplesmente entrar nessas propriedades. O que resta é continuar realizando ações educativas”, relata.

 

Ação educativa realizada no município(foto: Prefeitura Municipal de São Joaquim de Bicas )
Ação educativa realizada no município (foto: Prefeitura Municipal de São Joaquim de Bicas )
 

 

Com 286 casos confirmados da doença no município, a presença de pessoas de outras cidades preocupa a secretária de Saúde.  “Nós já temos o coronavírus circulando em Bicas. Com esses visitantes frequentando a cidade, a circulação do vírus aumenta ainda mais”, explica.

 

Thatiana Ferreira, moradora do distrito de São Joaquim de Bicas, conhecido como “Farofa”, conta que a movimentação nos sítios nos finais de semana não diminuiu com a pandemia. “Os proprietários trazem família, amigos e fazem festas. Nós chamamos a polícia, mas o município não tem legislação para fazer nada”, afirma.

Sistema prisional é bomba relógio

São Joaquim de Bicas tem uma penitenciária e dois presídios que recebem detentos de toda a RMBH. A população carcerária no município ultrapassa 4 mil. Já são cinco casos de infecção e um óbito no sistema prisional.

 

Segundo a secretária de Saúde, a movimentação de presos é mais um risco com o qual a cidade precisa conviver. “É uma bomba-relógio. Os detentos podem chegar já com sintomas da COVID-19. Até o diagnóstico ser feito, outros 20 já podem ter contraído o vírus dentro da cela”, diz.

 

A cidade ainda não conseguiu a adesão à Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional (PNAISP), o que significa que não existem equipes de saúde oferecendo atendimento dentro das unidades prisionais.

 

“Para que possamos ter uma equipe de saúde municipal responsável pelas unidades, teríamos que fazer um investimento mensal de cerca de R$ 200 mil. Isso para um município com 30 mil habitantes, é praticamente impossível”, detalha a secretária.

Comparativo

Mateus Leme, município que também faz parte da RMBH, tem praticamente o mesmo contingente populacional de São Joaquim de Bicas, mas registra um número de mortes por COVID-19 cerca de três vezes menor. Enquanto Bicas já acumula 17 óbitos, Mateus Leme computa seis mortes causadas pelo coronavírus.

 

Segundo os mais recentes boletins epidemiológicos, Bicas registra 286 casos da doença, enquanto Mateus Leme contabiliza 182 contaminações pelo vírus e seis vítimas fatais. Bicas possui 4 leitos de UTI, sendo que um está sendo usado. No caso de Mateus Leme, o hospital de campanha montado no mês de março, possui 6 leitos semi-intensivos, todos vagos no momento.

 

Para o secretário de saúde de Mateus Leme, Rafael Augusto de Oliveira, os investimentos feitos na saúde foram decisivos para manter os casos sob controle. “Investimos no hospital de campanha, na formação de equipes de monitoramento, na compra de testes. São poucos os municípios do porte de Mateus Leme que possuem uma estrutura como a nossa”, afirma.

 

Porém, segundo o secretário, ainda existem desafios. “Precisamos de uma maior conscientização das pessoas. Aglomerações em bares e sítios da região continuam sendo comuns”, conta.

O que é o coronavírus


Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
Vídeo: Por que você não deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp

Como a COVID-19 é transmitida? 

A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

Vídeo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronavírus?


Como se prevenir?

A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
Vídeo: Flexibilização do isolamento não é 'liberou geral'; saiba por quê

Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia

Em casos graves, as vítimas apresentam:

  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus. 

Vídeo explica por que você deve 'aprender a tossir'


Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.

Coronavírus e atividades ao ar livre: vídeo mostra o que diz a ciência

Para saber mais sobre o coronavírus, leia também:

 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)