Mãe de dois filhos, negra e servidora do Centro de Saúde Paraúna, em Venda Nova. A técnica em enfermagem Shirlene Alves, de 57 anos, é mais uma vida perdida para a COVID-19 em Belo Horizonte.
De acordo com o Conselho Municipal de Saúde, Shirlene morreu nessa quinta-feira (13). Com ela, a Prefeitura de BH perdeu seu terceiro profissional de saúde para a doença em um intervalo de sete dias. O quarto na pandemia.
"O CMSBH se solidariza com os familiares e amigos da técnica de enfermagem do Centro de Saúde Paraúna, Shirlene Alves, que faleceu nessa quinta-feira. Sua presença com alegria e garra será sempre lembrada. Shirlene pressente!", escreveu nas redes sociais o conselho.
Além dela, nessa quarta-feira (12), Josielle Ribeiro dos Santos, de 37, funcionária da UPA Centro-Sul e da Santa Casa BH morreu infectada. Já nesse sábado (8), José Célio da Silva não resistiu à enfermidade aos 54 anos. Ele trabalhava na UPA do Hospital Odilon Behrens.
No fim de julho, no último dia 26, o técnico em enfermagem Gerônimo Batista Pires teve a morte por COVID-19 registrada. Ele trabalhava na UPA Barreiro.
Outras três mortes ocorreram em BH, porém na rede pública estadual: Maria Aparecida, que trabalhava no Hospital Alberto Cavalcanti; Renê Serafim Soares, servidor do HPS João XXIII; e Luiz Alberto Alves, funcionário da Maternidade Odete Valadares.
Linha de frente
Todos os sete servidores da saúde que morreram pela doença em BH exerciam a mesma função: técnico em enfermagem.
Até o mais recente boletim epidemiológico, divulgado pela prefeitura nesta sexta-feira, Belo Horizonte registra 1.023 casos confirmados de COVID-19 entre servidores da saúde. Outros 172 diagnósticos estão em investigação.
Dos quase mais de 1 mil diagnósticos da doença entre servidores do SUS-BH, a prefeitura informa a categoria profissional de 501. Nesse universo, 178 (35,5%) são técnicos de enfermagem.
A cidade como um todo, conforme boletim da Secretaria de Estado de Saúde divulgado neste domingo (26), computa 16.778 casos confirmados e 459 mortes por COVID-19.
De acordo com levantamento, a cidade como um todo registra 27.953 diagnósticos até esta sexta: 3.156 em acompanhamento, 23.989 recuperados e 808 óbitos. Houve um crescimento de 468 casos positivos na comparação com o balanço de quinta.
Prefeitura se manifesta
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde manifestou "sentimento de pesar" pela morte de Shirlene.
"Sua contribuição e dedicação ao SUS-BH serão sempre lembradas. Aos familiares, amigos e colegas de trabalho, os votos de paz e solidariedade", informou a PBH.
O Executivo municipal também esclareceu que afastou os profissionais de saúde que fazem parte do grupo de risco.
Também ressaltou que todos os servidores da área com sintomas são testados a partir do exame RT-PCR, o mais fidedigno, segundo especialistas.
Os quadros são acompanhados pelo Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde da prefeitura.