Jornal Estado de Minas

Corrupção na Prefeitura de Araxá pode ter desviado R$ 5 milhões

A Polícia Civil investiga o desvio de verbas por meio da contratação de transporte em Araxá, que teria causado um prejuízo estimado em R$ 5 milhões aos cofres do municiípio. Já são seis investigados presos, entre eles o secretário municipal de Ação e Promoção Social, Moisés Pereira Cunha; a ex-secretária de Governo, Lucimary Ávila; seu marido, Leovander Gomes de Ávila, funcionário da Secretaria da Fazenda local; um servidor desta pasta; e um casal de empresários que seria o prestador de serviço.




 
 
Segundo as investigações da Operação Malebolde, coordenadas pelo delegado Renato Alcino, o golpe consistia em “vencida a licitação, a secretária de Governo emitia ordem de serviço para que essa empresa realizasse viagens e, depois da viagem supostamente realizada, eram emitidos relatórios. Feito isso, os valores eram transferidos por meio eletrônico para a empresa e essa empresa repassava parte para o grupo criminoso.”

Tal empresa era especializada em transporte escolar. Os motoristas eram contratados ilegalmente. Os contratos eram para transporte particular e para a prefeitura, o que é ilegal. Esses veículos chegaram a fazer viagens para praias e por lá permaneciam até uma semana.

A operação, que teve início em 2016, é uma ação conjunta da Polícia Civil com o Ministério Público de Minas Gerais. Até o momento, foram instaurados 10 inquéritos policiais, três deles em 2020. Foram encontrados crimes de lavagem de dinheiro, crimes de corrupção, falsidade ideológica, organização criminosa, entre outros.





Foram cumpridos mandatos de busca e apreensão em 10 imóveis. Outros 23 imóveis estão bloqueados nos sistemas de informação da polícia. Além disso, 18 veículos foram apreendidos.

Em bancos e aplicações financeiras foram bloqueados valores e bens depositados, totalizando cerca de R$ 3 milhões até o momento. A polícia também está de posse de documentos, computadores, HDs e outros equipamentos eletrônicos pertencentes aos integrantes da quadrilha, que serão utilizados na continuidade das investigações.

Além do Ministério Público, participam das investigações Delegacia de Trânsito em Araxá, Delegacia Regional de Polícia Civil de Araxá, com supervisão do Chefe de Departamento de Polícia Civil em Uberaba, delegado Francisco Eduardo Gouvea Motta.
 

Recurso 

De acordo com o delegado Renato Alcino, que preside as investigações, os advogados receberam autorização judicial para acessar o inquérito, mas não procuraram pela unidade policial. Deram causa ao fato de modo a tentar obter redesignação do ato. A Polícia Civil avalia a possibilidade de marcação de outro interrogatório, o que provavelmente não deve ocorrer. Os envolvidos tiveram a oportunidade de se manifestar e optaram por permanecer em silêncio, que é um direito constitucional. 




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